A Stellantis continua empenhada em fazer render o peixe. Depois da Peugeot ter apresentado o novo 408, foi a vez da Citroën revelar também a sua fórmula para cruzar num só modelo três tipos distintos de carroçaria: fastback, berlina e SUV. O resultado dá pelo nome de C4 X, modelo que vai poder ser encomendado em Portugal a partir de Setembro e que, no nosso país, apenas estará disponível na versão puramente eléctrica, designada ë-C4 X. Os preços ainda não estão definidos, mas a marca sublinha que o seu novo crossover pretende impor-se como “uma proposta acessível para o segmento C”. Ao que o Observador apurou, é expectável que a tabela de preços do ë-C4 X alinhe pelos valores praticados pelo ë-C4, comercializado entre nós por valores a partir de 37.717€ (com IVA).

Assente na Common Modular Platform (CMP), a arquitectura que a antiga PSA projectou para servir de base aos seus veículos compactos, o novo ë-C4 X vai chegar aos concessionários portugueses ainda antes do final do ano, vindo da fábrica da Stellantis de Villaverde, nos arredores de Madrid (Espanha), onde também são produzidos os C4 e ë-C4.

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Esteticamente, a nova proposta da marca francesa está em linha com o “movimento” iniciado pelo C5 X. Com quatro portas, uma mala maior e tipo três volumes, por não ter portão traseiro mas sim uma tampa que dá acesso à bagageira, o ë-C4 X vai posicionar-se precisamente entre o ë-C4 (dois volumes) e o C5 X. Mede 4,6 metros de comprimento, ou seja, é 24 cm mais comprido que os C4 e ë-C4 (4,36 m) e 21 cm mais pequeno que o C5 X. Tal como o modelo que lhe serve de base, possui 2,67 metros entre eixos, mas vai procurar aliciar os clientes que preferem SUV e, mais que isso, com um certo estilo coupé, como começa a estar na moda mesmo entre os construtores ditos generalistas. Daí a linha dinâmica do tejadilho rumo à traseira, onde se encontra uma mala com 510 litros de capacidade, uma volumetria bem mais generosa que os 380 litros do ë-C4.

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De mãos dadas com a versatilidade, o estilo e a eficiência. A linha do tejadilho não se limita a conferir dinamismo ao novo ë-C4 X, pois contribui igualmente para um coeficiente de penetração aerodinâmica de 0,29, factor que é determinante para optimizar a utilização da energia acumulada na bateria. Depois há uma série de detalhes que se combinam para conferir ao ë-C4 X um ar mais robusto, característico dos SUV. Desde logo, as saias inferiores da carroçaria com painéis Airbump, as protecções em preto mate do arco das rodas e as próprias rodas, com 690 mm.

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O interior replica basicamente a solução exibida no ë-C4, o que significa que conforto é a palavra de ordem. A largura de 1,8 metros, idêntica ao cinco portas, permite que na segunda fila de bancos viajem três adultos comodamente sentados em bancos Advanced Comfort, reforçados com uma espuma especial, de forma a garantir uma postura ergonómica.  Opcionalmente, podem ter a função de massagem à frente e de aquecimento atrás. De série, o espaço é generoso: na segunda fila de bancos há 19,8 cm de espaço ao nível dos joelhos e o encosto 27º mais inclinado que nos C4 e ë-C4 permite ao ë-C4 X dilatar a capacidade da mala, trunfo que poderá convencer indecisos. Ainda no habitáculo, destaque para o facto de o sistema de infoentretenimento ser o mais recente da marca, que foi estreado no “irmão” maior C5 X. Trata-se do MyCitroën Drive Plus, solução que pode operar com comandos vocais (activa-se com “Olá Citroën), compreendendo 20 idiomas. O sistema multimédia, além das funções habituais, prevê a actualização mensal dos mapas, via TomTom, operação que é feita de modo remoto e gratuito durante três anos.

Quanto ao conjunto eléctrico, não há novidades face ao que já conhecemos do ë-C4. Ou seja, o ë-C4 X monta um motor de 100 kW (136 cv) e 260 Nm de binário instantâneo, alimentado por uma bateria de iões de lítio com 50 kWh de capacidade. Em corrente contínua, num carregador de 100 kW será possível recarregar à razão de 10 km por minuto, ou seja, em 10 minutos obtém-se energia suficiente para percorrer mais 100 km, com a Citroën a sinalizar que “a bateria recarrega à velocidade mais rápida do segmento”. Já em corrente alternada, os tempos de carga variam entre 7,5 horas numa wallbox de 7,4 kW ou apenas 5 horas. Mas, neste último caso, é necessário alimentação trifásica e um carregador de bordo de 11 kW, que é um opcional. O facto de o ë-C4 X percorrer 360 km com uma carga completa, isto é, mais alguns quilómetros (6) que o ë-C4, de acordo com o protocolo europeu WLTP, deve-se unicamente à aerodinâmica.

De resto, em termos de equipamento, mantêm-se os atributos que já conhecemos do C4, desde a suspensão com batentes hidráulicos progressivos ao conjunto de assistentes à condução.