Joaquim Miranda Sarmento será o novo líder da bancada parlamentar. Depois de Paulo Mota Pinto se ter afastado a pedido de Luís Montenegro, o homem que ficou conhecido como o “Centeno de Rio” comandará agora o destino do grupo de deputados. “Serei candidato com o apoio de Luís Montenegro”, revelou o próprio numa curta declaração enviada ao Observador.

A aproximação de Miranda Sarmento a Montenegro é uma novidade, ele que ascendeu no partido pela mão de Rui Rio. O deputado foi escolhido por Montenegro para coordenar a moção estratégica com que foi a votos, naquilo que foi interpretado como um primeiro sinal da unidade que Montenegro quer imprimir no partido. As eleições acontecem a 12 de julho.

Com 43 anos, Miranda Sarmento foi assessor económico do então Presidente da República Cavaco Silva no segundo mandato, consultor da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e trabalhou cerca de dez anos no Ministério das Finanças.

Nos últimos dias, houve um grande especulação em torno de quem poderia ficar à frente da bancada parlamentar, depois de se ter tornado evidente que a relação política entre Montenegro e Mota Pinta não oferecia condições ao ainda presidente da Mesa do Congresso social-democrata para continuar.

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Além de Miranda Sarmento, o grande favorito da casa de apostas, também Ricardo Baptista Leite e Alexandre Poço eram apontados como possíveis candidatos ao lugar. De resto, o primeiro reconheceu publicamente que tinha disponibilidade para o cargo e o segundo nunca diria que não a um convite de Montenegro caso ele viesse a existir. Mas a escolha acabou por recair mesmo sobre Miranda Sarmento.

Menos de dois meses depois de ter sido eleito por uns expressivos 92%, Mota Pinto despede-se assim do cargo.Na altura, a eleição foi interpretada como um sinal de coesão do rioísmo e uma última demonstração de força dos indefetíveis de Rui Rio. Daí para cá, Luís Montenegro e Mota Pinto conversaram algumas vezes, mas o novo líder do PSD nunca se comprometeu com a continuidade do ainda presidente da Mesa do Congresso social-democrata. Os dois terão chegado à acordo e decidiram dar por terminado o mandato, sabe o Observador.

Miranda Sarmento terá agora a difícil missão de reagrupar o grupo parlamentar, escolhido a dedo por Rui Rio. Se é certo que é um homem que transita diretamente do universo rioísta, também é verdade que a aproximação a Montenegro não caiu bem junto de alguns setores mais indefetíveis. O objetivo de Montenegro foi, precisamente, abrir uma frente de batalha dispensável no Parlamento. Resta saber se terá sucesso.