“Uau, que dia!”, atirava um particularmente eufórico Sadio Mané após a conquista da Supertaça ao serviço do Bayern, naquele que foi o primeiro encontro oficial com um golo e a menção de um dos melhores em campo dos bávaros. “Estou mesmo muito, muito feliz com todos estes rapazes que tornaram tudo mais fácil para mim, muito feliz por poder fazer parte deste grupo e deste clube. Estou contente com este troféu mas já estou a pensar nos próximos. Foi uma grande decisão vir para a Alemanha”, acrescentou.

A saída de Robert Lewandowski para Barcelona e a vinda do antigo avançado do Liverpool foi um dos pontos mais importantes num mercado que fez também chegar ao Bayern outros nomes de peso a curto e médio prazo como Matthijs de Ligt, Gravenberch, Mazraoui ou o jovem Mathys Tel. Ainda assim, era em Mané que recaíam as atenções, até pelas alterações que teriam de ser feitas com o senegalês na frente. “Isso vai mudar drasticamente a dinâmica da equipa. Perder Lewandowski é um grande problema, um grande problema para toda a Bundesliga, mas como equipa o Bayern é a melhor da Bundesliga e são favoritos para outro título. Jogar sem um verdadeiro número 9 é invulgar para o Bayern tradicional, será uma equipa diferente”, refletia o antigo avançado e treinador Jürgen Klinsmann em entrevista ao L’Équipe.

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O facto de no outro lado estar Mario Götze a fazer a estreia pelo Eintracht trazia uma curiosa comparação com Sadio Mané, o novo avançado do Bayern (antiga equipa do internacional germânico que decidiu o Mundial de 2014 e que passou por B. Dortmund e PSV antes de voltar à Bundesliga). No entanto, no final não houve sequer margem para dados entre ambos – foi um atropelo dos bávaros que tentam revalidar o título pelo 11.º ano seguido e que mostraram como podem atacar melhor sem ter um dos melhores ‘9’. Vai ser sempre assim? Provavelmente não. Mas Nagelsmann montou um modelo difícil de travar…

O encontro começou com um ligeiro atraso devido ao fumo que saía do topo atrás da baliza de Kevin Trapp, num dos ambientes mais escaldantes que se podem encontrar na Bundesliga, mas o Bayern pouco ou nada ficou impressionado com isso e necessitou apenas de dez minutos para chegar ao 2-0 aproveitando lances de bola parada: Kimmich, que voltou a ser um indiscutível depois da polémica por ser um dos jogadores não vacinados contra a Covid-19 do plantel, marcou de livre direto surpreendendo o guarda-redes visitado que esperava um cruzamento (5′) e Pavard, na sequência de uma segunda bola perdida na área após canto, encontrou espaço para rematar forte e aumentar a vantagem (10′). Pouco depois, também num canto, Tuta ainda acertou no poste mas eram os bávaro por cima do jogo e sempre com a baliza como foco numa postura bem mais rematadora do que acabou por acontecer na Supertaça frente ao RB Leipzig.

O encontro era feito em sentido quase único mas com o Bayern a revelar uma capacidade quase “anormal” para chegar a zonas de golo. A defesa do Eintracht, que estendia passadeiras atrás de passadeiras quase a pedir o pior, teve a sua culpa no cartório, mas a forma como o conjunto de Julian Nagelsmann chegava a zonas de finalização de forma rápida e em poucos toques mostrou bem um novo ADN que promete fazer mossa na Bundesliga. Pelo menos em Frankfurt fez. E muita. Tanta que o intervalo chegou com 5-0.

Já depois de um lance em que assistiu Muller para um desvio isolado do avançado que bateu no poste (24′), Sadio Mané estreou-se também a marcar na liga alemã após assistência de Gnabry num lance em que a defesa contrária deu a profundidade mas não acompanhou depois os avançados (29′). Pouco depois, numa jogada típica do futsal mas que chegou também ao jogo dos bávaros, Mané e Muller construíram ao primeiro toque a oportunidade para Musiala encostar isolado para o 4-0 (35′). E, ainda antes do descanso, foi a vez de Gnabry surgir isolado na área depois de uma assistência de Muller e marcar mais um (43′). O encontro estava resolvido e o Eintracht aproveitou alguma descompressão do Bayern para reduzir a goleada com Kolo Muani a aproveitar um erro de Manuel Neuer fora da área para encostar para o 5-1 (64′) antes de Musiala fechar as contas com o segundo golo na partida em mais uma grande jogada coletiva (83′).