O influente líder xiita iraquiano Moqtada al-Sadr exigiu esta quarta-feira a dissolução do parlamento até ao final da próxima semana, apelando aos seus apoiantes para prosseguirem o acampamento nos arredores da assembleia.

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O Iraque está envolvido numa grave crise política após os apoiantes de al-Sadr terem invadido e ocupado o parlamento no final de julho, antes de transferirem o seu acampamento para os jardins da instituição.

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Al—Sadr exigiu a dissolução do parlamento e legislativas antecipadas. Os seus adversários do Quadro de Coordenação, uma coligação de influentes fações xiitas pró—Irão, aceitaram o seu pedido sob certas condições.

Um dos rivais de al—Sadr — que integra esta aliança — exigiu uma sessão parlamentar para debater uma eventual dissolução.

Alguns poderão dizer que a dissolução do parlamento necessita de uma sessão parlamentar”, indicou al—Sadr no início de um comunicado publicado na sua conta Twitter.

No entanto, acusou, “diversos blocos que preferem partilhar o poder e preservar a corrupção” não vão “ceder face à reivindicação do povo para uma dissolução do parlamento”.

Ao interpelar as “autoridades judiciárias competentes”, al-Sadr exigiu a dissolução “num prazo que não ultrapasse o próximo fim de semana”.

Esta medida, considerou, permitiria ao Presidente “fixar a data das eleições antecipadas, segundo as condições que anunciaremos posteriormente”.

Segundo a Constituição, uma dissolução do parlamento deverá ser aprovada por maioria absoluta. Pode ser pedida por um terço dos deputados, ou pelo primeiro-ministro com o acordo do Presidente da República.

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Al-Sadr justificou o seu apelo à justiça ao recordar que todos os prazos concedidos pela Constituição para designar um novo Presidente e um novo chefe de governo não foram respeitados após as últimas legislativas de outubro de 2021.

Desta forma, convidou os seus antigos deputados e apoiantes a apresentarem recursos perante a justiça para exigir a dissolução.

Dez meses após este escrutínio, o Iraque ainda aguarda a designação de um primeiro-ministro e de um Presidente, num clima de profundas divergências políticas.

Na segunda-feira, o antigo primeiro-ministro Nouri al-Maliki, inimigo histórico de al-Sadr, indicou que a convocação de eleições antecipadas é da exclusiva responsabilidade do parlamento.

A mais recente crise política foi iniciada quando a corrente sadrista recusou no final de julho uma candidatura ao cargo de primeiro-ministro apresentada pelo Quadro de Coordenação.