Três milhões de eleitores panamianos vão às urnas em 5 de maio para as eleições gerais, após a desqualificação da candidatura dum antigo presidente condenado por branqueamento de capitais que se encontra refugiado na embaixada da Nicarágua.

Os oito candidatos à Presidência do país centro-americano concorrem nestas eleições para substituir o atual chefe de Estado do Panamá, Laurentino Cortizo, que foi eleito em 2019 para um mandato de cinco anos.

O candidato presidencial José Raúl Mulino, do partido Realizando Metas, está à frente nas mais recentes sondagens de intenção de voto realizadas no país.

O antigo presidente Ricardo Martinelli (2009-2014) foi impedido pelo tribunal eleitoral de concorrer à Presidência pelo Realizando Metas, partido que fundou, após ter sido condenado a onze anos de prisão por branqueamento de capitais pela justiça panamiana.

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Martinelli — que liderava as sondagens de intenção de voto – pediu asilo à Nicarágua alegando perseguição política no seu país e está refugiado na embaixada nicaraguense na Cidade do Panamá desde fevereiro, após perder todos os recursos na justiça contra a sua condenação. O Panamá negou um salvo-conduto para Martinelli abandonar o país, situação que gerou um aumento na tensão entre o Governo panamiano e a Nicarágua, liderada pelo presidente Daniel Ortega.

José Raúl Mulino foi primeiro indicado para a vice-presidência na candidatura de Martinelli, mas assumiu a corrida presidencial após a desqualificação do antigo chefe de Estado.

Os outros candidatos presidenciais são Ricardo Lombana, do Movimento Outro Caminho, o antigo presidente panamiano Martín Torrijos (2004-2009), do Partido Popular, e o advogado Rómulo Roux, do Mudança Democrática.

O candidato José Gabriel Carrizo, do Partido Revolucionário Democrático, deixou a vice-presidência do país para concorrer nestas eleições. Concorrem ainda como independentes os candidatos Melitón Arrocha, Maribel Gordon e Zulay Rodríguez.

No Panamá, país com cerca de 4,4 milhões de pessoas, as eleições presidenciais são realizadas numa única volta e vencidas por maioria simples.

Os eleitores panamianos vão eleger ainda 71 deputados para a Assembleia Nacional, 81 autarcas e mais de 700 representantes distritais para o período de 1 de julho de 2024 a 30 de junho de 2029, além de 20 deputados ao Parlamento Centro-Americano (Parlacen).

Segundo dados de agências de risco, o Panamá é o país com a maior rendimento ‘per capita’ da América Central, com o comércio, atividades financeiras e de seguro e a mineração (cobre) como os pontos fortes da sua economia.

O canal do Panamá é a infraestrutura mais importante do país — liga o oceano Atlântico ao Pacífico e contribui com aproximadamente 20% das receitas do Estado —, seguido da zona franca de Colón, a maior e a mais dinâmica das Américas.

O Panamá é o país que mais recebe investimento estrangeiro na América Central.

De acordo com o World Factbook, elaborado pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (CIA), o Panamá tem registado um aumento do comércio com a China, contabilizou ainda um crescimento dos investimentos no Canal do Panamá e é um centro (hub) histórico de branqueamento de capitais e drogas ilegais.