“Nestes momentos, com o estádio em polvorosa, sinto saudades de jogar. Gostava muito dos jogos fora, em Nápoles, Florença, Milão, onde éramos odiados. Não sei se as pessoas se apercebem do que José Mourinho fez, além de ganhar a Liga Conferência. O estádio está sempre cheio, quer a equipa perca ou ganhe, quer seja um jogo com o primeiro ou com o último. Não é coincidência, ele uniu os adeptos da Roma e tem de ser valorizado além dos resultados. Esperamos grandes feitos, a equipa este ano parece forte”.

Lesões no aquecimento, oportunidades falhadas, Mourinho expulso: Roma falha assalto à liderança com derrota frente à Atalanta

O último encontro dos romanos até terminou com uma derrota no Olímpico frente à Atalanta, num duelo atípico em que o conjunto de Bérgamo marcou numa das raras oportunidades e a Roma, que viu Mourinho ser expulso no segundo tempo, foi falhando chances atrás de chances. No entanto, os elogios ao trabalho do português na capital italiana continuam a surgir de todos os quadrantes, desta vez com o antigo capitão Daniele de Rossi, hoje adjunto da squadra azzurra, a destacar os méritos do português no ressurgimento de uns giallorossi que andavam fora das decisões mas que agora acreditam na viragem. No entanto, e para manter esse registo, era nos jogos grandes que a equipa teria de assumir um protagonismo que não teve na derradeira temporada e seguia-se uma deslocação a Milão para defrontar o Inter.

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“A minha vontade de vencer nunca vai acabar. Regresso a Milão pela Roma? Sinto-me afortunado por ter tido a possibilidade de viver nas duas cidades, são dois centros nevrálgicos de Itália. Milão é o motor da economia, Roma é o centro do poder político e o museu ao ar livre da história do país. Para mim é impossível escolher a melhor vitória mas tentarei alcançar um novo triplete com a Roma”, destacou o técnico português numa entrevista à Gazzetta dello Sport na antecâmara do regresso a San Siro para ter pela frente a equipa com que foi campeão italiano e europeu entre os anos de 2008 e 2010, tendo antes brilhado nos ingleses do Chelsea após a saída do Dragão e rumando depois a Espanha para o Real Madrid.

“A Roma está em melhor forma, são uma equipa que dá gosto ver jogar e pode ser a surpresa da época. Já no Inter sente-se que existe uma desilusão no ar devido ao facto de ter perdido o título para o Milan e precisam de arrebitar”, dissera Massimo Moratti, antigo presidente dos nerazzurri. Tudo à volta de Mourinho, que seria o grande ausente do duelo por estar a cumprir castigo mas estaria omnipresente na estratégia que valeu a primeira vitória contra a ex-equipa desde que voltou a Itália na última temporada para liderar a Roma, quebrando uma série de dez jogos da equipa sem ganhar ao Inter na Serie A.

Os romanos surpreenderam na equipa inicial, mantendo a linha de três atrás com os dois médios Cristante e Matica mas abdicando de um avançado na frente (Tammy Abraham, Belotti e Shomurodov) para ter Pellegrini, Dybala e Zaniolo soltos para explorar as transições, mas foi o Inter a dominar por completo a primeira meia hora com um golo anulado pelo VAR (Dzeko, 11′), um remate que saiu a rasar o poste da baliza nacional (Çalhanoglu, 20′) e o 1-0 por Di Marco, que já tinha marcado na seleção italiana e voltou a responder da melhor forma a uma assistência de Barella num lance em que Patrício podia ter feito melhor (30′). O resultado ganhava justiça mas foi a partir daí que a Roma se soltou, tendo uma primeira ameaça travada por uma falta mas empatando com um grande golo de Dybala após passe de Spinazzola (39′).

O segundo tempo recuperou aquilo que tinha acontecido durante grande parte da primeira metade, com o Inter a ter maior domínio e a Roma a ficar privada de Dybala por lesão (57′). De livre direto, naquela que foi a melhor oportunidade nerazzurri nessa fase, Çalhanoglu acertou no poste da baliza de Patrício, que nada podia fazer para evitar o golo do turco (63′). No entanto, o golpe de teatro na partida estava mesmo a ser preparado e surgiu de bola parada, com Pellegrini a bater um livre lateral do lado direito e Smalling a desviar de cabeça para o 2-1 da reviravolta (74′). que coloca os romanos em zona de Champions com 16 pontos, a quatro do Nápoles e com mais quatro do que o Inter, a grande deceção até ao momento.