Foram precisos anos de “pistas” e sugestões, mas é no novo filme de animação da saga que Velma Dinkley, uma das principais personagens da saga “Scooby Doo”, vai ser assumidamente lésbica.

A novidade chegou com um novo filme de animação, chamado “Trick or Treat Scooby Doo”, da HBO Max, em que Velma vai apaixonar-se por uma personagem feminina, chamada Coco Diablo. Esta foi a primeira vez, em todos os livros de banda desenhada, filmes e episódios de animação, em que Velma é assumidamente lésbica.

Num excerto do novo filme, Velma, que trabalha na empresa de investigação Mystery Inc, ao lado do famoso cão Scooby Doo, fica sem palavras no primeiro encontro com Coco Diablo. Até há direito a movimentos em câmara lenta e a música adequada ao momento – afinal, é uma cena de amor à primeira vista. O facto de Coco Diablo usar uma gola de alta ou uns óculos de dimensões generosas, à semelhança de Velma, são alguns dos atributos que fazem a personagem suspirar.

Coco Diablo promete ser a antagonista deste filme. A personagem é uma figurinista e também a líder de uma organização criminal local em Coolsville, que é confrontada pelo grupo de Scooby Doo.

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Numa das cenas do filme, Velma assume a Daphne que está a ter um fraquinho por Coco Diablo, sem saber o que fazer. O novo filme foi realizado por Audi Harrison e conta com Kate Micucci a dar voz a Velma. Já Coco Diablo vai contar com a voz de Myrna Velasco.

Como seria de esperar, já há reações a este interesse amoroso de Velma. Até a pesquisa do Google já reagiu a esta novidade no filme. Neste momento, basta pesquisar por “Velma” no motor de busca para ver uma chuva de bandeiras e confettis coloridos.

Basta pesquisa Velma no Google para ver a magia acontecer.

Já do lado das vozes mais conservadoras nos Estados Unidos, como a Fox News, diz que Scooby Doo embarcou no “carro woke”. “E agora, o que vai acontecer a Shaggy? Vai ficar pendurado? A Velma saiu do armário, muitas felicidades, mas o grupo tem outros problemas”, disse o comentador Gillian Turner, no programa The Faulkner Focus.

A sexualidade de Velma era debatida há vários anos pelos fãs da saga. Aliás, as pistas e sugestões já estavam lá – a questão terá sido mais a vontade de os estúdios não assumirem categoricamente a sexualidade de Velma. James Gunn, por exemplo, que escreveu o argumento dos live-action de Scooby Doo, em 2002, escreveu no Twitter há dois anos que, no seu filme, “Velma era explicitamente gay no guião inicial”. No entanto, terá sido o “estúdio a diluir e diluir” a questão, “transformando em algo ambíguo (na versão gravada) e em nada (na versão lançada) e finalmente em nada, ao ter um namorado (na sequela)”, disse o realizador. Esta informação foi amplamente noticiada, apesar de o tweet ter sido apagado na altura.

Em 2020, por exemplo, Tony Cervone, o co-criador de “Scooby-Doo! Mistery Incorporated”, uma série criada em 2010 para o canal Cartoon Network, partilhou no Instagram uma imagem de Velma à frente da bandeira Pride. “Tornámos as nossas intenções o mais claras possíveis que pudemos há dez anos”, escreveu. “A maioria dos nossos fãs percebeu. Para aqueles que não apanharam, sugiro que vejam melhor”.