A semelhança do que acontece com as bicicletas alimentadas por bateria, as trotinetas eléctricas figuram entre os meios de transporte mais populares nas grandes cidades. Ágeis, fáceis de conduzir e baratas, seja de adquirir ou de alugar, as trotinetas são relativamente rápidas, sobretudo aquelas importadas dos EUA e que não respeitam a regulamentação europeia, podendo superar 90 km/h, ao contrário dos apenas 25 km/h que, em média, atingem as versões europeias destes veículos de duas rodas em que o condutor viaja em pé.

A sua popularidade e a condução divertida têm levado a alguns abusos, sobretudo na vizinha Espanha, onde inúmeros atropelamentos de peões já provocaram muitos feridos e mais de uma dezena de mortos. Daí que a Dirección General de Tráfico (DGT) tenha decidido fazer algo para mitigar este problema, que se avoluma pelo crescente número destes veículos em circulação, prometendo tornar obrigatório um seguro de circulação. Esta medida não parece ter sido desenhada para evitar os atropelamentos nos passeios, mas facilitará decididamente o trabalho dos agentes da autoridade no momento de obrigar o condutor da trotineta a pagar os danos que infligiu.

O responsável pela DGT, Pere Navarro, pediu maior colaboração e responsabilidade por parte dos condutores destes veículos, bem como das empresas que os operam. Mas como que a adivinhar que este pedido corria o risco de ser ignorado, foi avançando que, em breve, se passará a exigir um seguro obrigatório para as trotinetas.

Se esta medida pode ajudar na resolução dos acidentes, evitando por exemplo que os condutores das trotinetas se coloquem em fuga, não é fácil perceber o motivo que leva as autoridades a não impôr às bicicletas o mesmo tipo de obrigatoriedade, uma vez que também elas circulam pelos passeios e provocam atropelamentos.

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