O Presidente da República não vai desistir de ir ao Mundial de Futebol no Qatar, como tinha exigido o Bloco de Esquerda, e coloca a decisão sobre a sua ida nas mãos do Parlamento. O chefe de Estado, em declarações aos jornalistas em Fátima, insistiu na utilidade de ir àquele país, lembrando que “tradicionalmente, o presidente da AR, o primeiro-ministro e o Presidente têm ido ver os jogos da seleção”. Além disso, revela, tem previsto um encontro com o presidente do Egipto, Al-Sissi, — ainda não confirmado — quando estiver a caminho do Qatar.

Marcelo Rebelo de Sousa, que na quinta-feira tinha dito “esqueçamos os direitos humanos” no Qatar, fez uma interpretação diferente das suas próprias palavras, que foram criticadas até pelo presidente da Amnistia Internacional. O Presidente da República diz que estava na flash interview para falar de futebol e que se sentiu na obrigação de falar de direitos humanos quando só lhe pediam para falar de Futebol: “Fui eu que falei de direitos humanos”.

Mundial2022: “Qatar não respeita os direitos humanos. Mas, enfim, esqueçamos isto”, diz Marcelo

Sobre as críticas do presidente da Amnistia Internacional, Marcelo disse que até é sócio da AI e que “não tem visto outros chefes de Estado que tenham sido tão claros a condenar violações dos direitos humanos no Qatar”. Anunciou ainda que, tal como fez “noutros países que não têm regimes democráticos” com os quais Portugal tem relações diplomáticas, irá falar de direitos humanos também enquanto estiver naquele país.

O Parlamento não tem previstos plenários para discutir matérias que não as orçamentais, mas o Presidente acredita que o assunto vai ser levado ao hemiciclo na segunda-feira. Para já, não está nada marcado nesse sentido. Pela ordem natural das coisas, segundo o que foi até agora público, a votação da autorização seria apenas após a ida de Marcelo Rebelo de Sousa àquele país.

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