A ideia de cobrar um pouco mais aos clientes que querem melhorar os seus veículos não é propriamente uma novidade, sobretudo desde a chegada dos veículos eléctricos, sempre conectados e com a possibilidade de modificarem o seu software remotamente, através de actualizações efectuadas over-the-air (OTA). Daí que a Mercedes tenha decidido vender a possibilidade de incrementar a potência de alguns dos seus modelos eléctricos, mediante uma assinatura mensal ou anual.

A proposta arrancou no mercado norte-americano, onde foi permitido aos EQE e EQS aumentar a potência das suas mecânicas. As versões em causa são o Mercedes EQE 350 4Matic e o Mercedes EQE SUV 350 4Matic, que vêem a potência subir dos originais 290 cv para 350 cv, um salto de 60 cv, após a cobrança de uma mensalidade de 100 dólares ou uma anuidade de 1200 dólares.

Pelo mesmo valor, a gama EQS também beneficiou de um upgrade OTA específico para as versões 450 4Matic, envolvendo a berlina e o SUV. Neste caso, o incremento é de 355 cv para 445 cv, uma melhoria de 90 cv.

Nos EUA já é possível incrementar a potência dos eléctricos da Mercedes EQE e EQS, em versão berlina e SUV, em 60 ou 90 cv. Resta esperar que a moda alastre a outros mercados, como o português

Estes aumentos de potência são propostos aos clientes através do site da marca, numa operação exclusivamente online. A Mercedes não é o único construtor a esgrimir este argumento comercial para reforçar a facturação, uma vez que a BMW e a Audi já recorreram a soluções similares, inclusivamente em Portugal, ainda que não relacionadas com a potência dos motores.

Esta compra de potência não está ainda a ser proposta no mercado nacional, pelo menos segundo o site do construtor. No entanto, é altamente improvável que se fique apenas pelo mercado norte-americano. Isto porque haverá sempre clientes dispostos a pagar um pouco mais para usufruir de uma capacidade de aceleração superior, fruto da potência adicional, o que pode permitir um ganho entre 0,8 a 1,0 segundos na aceleração de 0-100 km/h.

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