O ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, aceitou ainda na noite desta sexta-feira o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o ex-Presidente Jair Bolsonaro seja investigado como autor intelectual e instigador dos ataques contra os Três Poderes em Brasília, no domingo passado.

Na decisão tomada apenas algumas horas após o pedido ter sido feito pela PGR, Moraes declarou existirem indícios suficientes para a abertura da investigação, determinando a realização de várias diligências, incluindo o envio de um pedido de informações à Meta, a empresa que gere o Facebook, para a preservação do vídeo partilhado por Bolsonaro nas redes sociais no qual questionava a legitimidade das eleições presidenciais de 2022. O vídeo foi apagado pelo ex-Presidente, refere a Deutsche Welle em português.

Moraes quer ainda acesso aos dados sobre o alcance da publicação, incluindo o número de partilhas e comentários recebidos. O ministro quer também que sejam ouvidos especialistas em comunicação política de movimentos extremistas e em monitorização de grupos de apoiantes de Bolsonaro.

O Ministério Público indica que, ao partilhar o vídeo nas suas redes sociais “no dia 10 de janeiro questionando a regularidade das eleições presidenciais de 2022”, Bolsonaro teria instigado o crime.

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A PGR pediu esta sexta-feira ao STF que investigasse Bolsonaro como autor intelectual e instigador dos ataques feito por extremistas na capital brasileira.

“A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão de representação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Inquérito 4.921, que apura a instigação e autoria intelectual dos atos antidemocráticos que resultaram em episódios de vandalismo e violência em Brasília no último domingo”, lê-se num comunicado divulgado na página do Ministério Público Federal.

Os membros do Ministério Público Federal indicaram que ao partilhar o vídeo nas suas redes sociais “no dia 10 de janeiro questionando a regularidade das eleições presidenciais de 2022”, Bolsonaro teria feito incitação pública à prática de crime. O ex-Presidente apagou o vídeo no dia seguinte, na quarta-feira.

Artigo atualizado às 18h23 com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro