A marca do Cavallino Rampante sempre produziu superdesportivos potentes e rápidos, que aliam a estes atributos uma extrema eficácia em curva e nas travagens. O construtor parece agora apostado em elevar a parada, ao recorrer a jactos para optimizar a diversão e a emoção que o condutor pode ter ao volante, solução que patenteou.

A Ferrari registou em 2019 a patente para um desportivo equipado com um sistema de jactos espalhados pela frente, traseira e laterais do modelo, existindo ainda uns no tejadilho, patente essa que agora se tornou pública, como pode ver aqui. O objectivo é instalar propulsores a jacto de gás frio, na traseira para ajudar na aceleração, na frente para dar uma mãozinha nas travagens e nas laterais para ajudar a curvar. Os dois propulsores no tejadilho servirão para aumentar o apoio aerodinâmico, sem necessitar de asas e de splitters que roubem eficiência aerodinâmica, aumentando assim a velocidade máxima.

De acordo com a patente da Ferrari, o sistema pesa apenas 45 kg e produz uma pressão entre 700 e 900 bar, o equivalente a 10.000 a 13.000 PSI. Cada propulsor possui cinco saídas distintas (orifícios) com diferentes dimensões, permitindo modular o impulso a fornecer por cada jacto, com a Ferrari a avançar com uma força de 5000 newtons, prometendo ser bastante ruidoso.

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Em 2018, Elon Musk garantiu que o Roadster, esperado ainda este ano com a capacidade de ir de 0-97 km/h (0-60 milhas/h) em 1,9 segundos (0-100 km/h em aproximadamente em 2,0 segundos), será capaz de ir de 0-97 km/h em somente 1,1 segundos se equipado com o pack SpaceX, que inclui os jactos de ar frio. Isto apesar deste modelo ser proposto por apenas 200.000 dólares e não cerca de 2 milhões, como acontece com os rivais e, sobretudo, o Rimac Nevera (1,97 segundos de 0-100 km/h), o desportivo eléctrico mais potente e veloz do momento.

Tesla com 10 rockets para acelerar, travar e curvar

Segundo a patente da Ferrari, o sistema não funciona por ar comprimido, mas sim com o que a marca denomina Pulse Jets, para o que é utilizado o mesmo combustível do motor de combustão, ou seja, gasolina. Sobre o sistema da Tesla sabe-se ainda menos (a Engineering Explained avança com algumas ideias aqui), excepto que foi desenvolvido pelos técnicos da SpaceX, igualmente de Elon Musk, e que trabalha com ar comprimido, uma vez que Musk nunca utilizará um jacto a queimar gasolina nos Tesla.

Resta aguardar para que os prometedores projectos passem à realidade, para ver o seu desempenho e eficiência, com a certeza que, se vierem a ser fabricados e homologados para circular na via pública, estes desportivos serão mais rápidos do que qualquer “coisa” que dependa das rodas e pneus para colocar potência no solo.