Um comandante checheno suspeito de ter cometido crimes de guerra nos primeiros meses da invasão da Ucrânia foi enviado para a Turquia para liderar a assistência da Rússia ao país na sequência dos sismos de segunda-feira, que fizeram pelo menos 22.700 mortos.

Daniil Martynov é procurado na Ucrânia por alegadamente ter liderado a invasão a um hospital psiquiátrico Borodyanka em março do ano passado, fazendo 300 reféns — 50 dos quais estavam acamados —, e de ter instalado minas em torno do edifício.

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De acordo com os Serviços de Segurança da Ucrânia, o militar, próximo da liderança chechena, terá cometido “violações das leis e costumes da guerra” e é suspeito de “abuso de prisioneiros de guerra ou civis”. Maryna Hanitska, diretora do hospital, afirmou ter sido abordada por Daniil Martynov quando a instituição foi invadida. O coronel terá afirmado que, se todos os reféns obedecessem às ordens russas, toda a gente viveria — e que ela própria devia estar grata por não ter sido morta.

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Tanto Daniil Martynov como Ramzan Kadyrov, líder checheno, negaram todas as acusações. Disseram que o coronel estava ao serviço do Ministério dos Serviços de Emergência da Rússia neste momento e pediram aos serviços de vigilância ucranianas para cederem informações sobre os “abusos” cometidos no hospital, prometendo consequências para quem os tenha cometido.

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Quando os militares russos tomaram controlo do hospital, fonte oficial da Organização Mundial de Saúde classificou a invasão como “outro ataque à saúde na Ucrânia”:

Condenamos todos os ataques a instalações de saúde, a profissionais de saúde ou a doentes, [já que] constituem uma violação flagrante do direito internacional humanitário, privando as pessoas de cuidados médicos e pondo em risco a vida de pacientes e trabalhadores”, disse à época Tarik Jasarevic a partir de Lviv.

O hospital psiquiátrico de Borodyanka também foi alvo de bombardeamentos que, apesar de não terem feito vítimas mortais, destruíram o segundo e terceiro andares do edifício.