O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva admitiu que não tem “toda a informação” sobre a visita de Lula da Silva a Portugal e que vai esperar para a receber e poder, em conjunto com os grupos parlamentares, definir “a forma como se deve organizar a sessão de boas vindas ao presidente do Brasil”.

“Temos a belíssima tradição de incluir em todas as visitas de Estado visitas à Assembleia da República. Naturalmente assim se fará. Isso implica contactos exploratórios e tudo está a ser feito para que numa das próximas conferências de líderes tenha toda a informação”, disse Augusto Santos Silva a uma interpelação feita por André Ventura.

O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou esta quinta-feira que Lula da Silva vai discursar na sessão solene do 25 de abril, mas pouco tempo depois recuou ligeiramente ao dizer que a decisão cabe ao Parlamento e que esse será o único dia disponível na visita do Chefe de Estado do Brasil a Portugal. O gabinete de Santos Silva disse ainda durante o dia que o assunto seria decidido “em devido tempo”.

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Esta sexta-feira, e aproveitando a presença de João Gomes Cravinho no debate do primeiro ano de guerra na Ucrânia, André Ventura e Pedro Filipe Soares dirigiram questões sobre este assunto ao ministro, que optou por não responder. Já no fim do debate, o presidente do Chega interpelou Augusto Santos Silva pedindo um esclarecimento sobre se o presidente do Parlamento tinha sido ou não informado desta agenda.

Na resposta, com Gomes Cravinho sentado na bancada do Governo, Augusto Santos Silva disse que “o regimento é muito claro sobre a forma como se organizam as sessões. Determina o regimento que os termos do uso da palavra são definidos pelo presidente da Assembleia da República ouvidos os partidos políticos e é isso que vai suceder“.

Assim que a notícia foi dada por João Gomes Cravinho, Chega, Iniciativa Liberal, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares e o vice-presidente da bancada do PSD, Hugo Carneiro manifestaram-se contra a forma como o anúncio foi feito. Augusto Santos Silva remete a decisão para a conferência de líderes, com a próxima a estar marcada para quarta-feira, 1 de março.