Depois dos investimentos que os Governos alemães, franceses e espanhóis, entre muitos outros, têm realizado nos construtores locais, visando dotá-los com os meios para renovar e adaptar os seus meios de produção, além de garantir a manutenção dos postos de trabalho no país, não é de estranhar que também a Tata queira usufruir dessas ajudas, nomeadamente por parte do Reino Unido. Isto se os ingleses quiserem manter no país a fábrica, os trabalhadores e os impostos gerados pela venda e exportação dos Jaguar e Land Rover.

De acordo com a imprensa britânica, a Tata tem em vista uma parceria com os chineses da Envision, especialistas na produção de baterias. A associação destina-se a montar no Reino Unido a fábrica de onde sairão os futuros modelos do grupo, com os emblemas da Jaguar, Land Rover e Range Rover, alimentados exclusivamente a bateria. É exactamente para viabilizar este investimento que a Tata exige ao Governo britânico uma contribuição de 500 milhões de libras.

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Da parte do poder britânico não foi ainda dada resposta ao ultimato da Tata, embora se assuma a existência de conversações para definir um valor final, que incluirá, além do financiamento directo, um acordo para o preço da energia, que será igualmente integrado no valor total. A imprensa inglesa faz eco de uma eventual proposta aos indianos que inclui ajudas num valor mais elevado do que o proposto a rivais europeus, mas que prevê custos com energia mais elevados, tornando o investimento menos atraente e competitivo.

Para pressionar os britânicos, a Tata tem esgrimido a possibilidade de, em alternativa, optar pela deslocalização da fábrica para Espanha. De recordar que o Governo do país vizinho acordou pagar à VW e a Seat 397 milhões, de um total de quase 900 milhões, referentes à primeira fase de investimentos, para atrair para Espanha fábricas de baterias e de veículos eléctricos, o que para o grupo alemão representa um investimento de 10 mil milhões de euros.

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