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Rúben queria um DJ, Nuno mostrou que é um compositor de vitórias e levou a letra escrita (a crónica do Sporting-Boavista)

Este artigo tem mais de 1 ano

Sporting venceu Boavista em Alvalade, chegou à 4.ª vitória seguida na Liga e voltou a não sofrer golos (3-0). Pelo meio, Nuno Santos foi o melhor em campo e marcou um dos melhores golos da temporada.

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O jogador português abriu o marcador em Alvalade com um grande golo

Getty Images

O jogador português abriu o marcador em Alvalade com um grande golo

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Foi há praticamente seis meses, a meio de setembro, na 7.ª jornada. O Sporting foi ao Bessa perder com o Boavista e sofrer a terceira derrota no Campeonato depois de já ter sido vergado pelo FC Porto e pelo Desp. Chaves. Se ainda existiam dúvidas, elas estavam cada vez mais dissipadas: os leões não iriam conseguir lutar pelo título, não estavam ao nível dos principais rivais e teriam de limitar os objetivos do Campeonato ao apuramento para a Liga dos Campeões.

Meio ano depois, as três antecipações são uma clara realidade. Depois da derrota no Bessa, o Sporting já perdeu mais três vezes, empatou outra, está a mais de 10 pontos da liderança do Benfica e está dependente de deslizes do FC Porto e do Sp. Braga para ainda poder sonhar com a qualificação para a principal competição europeia. E este domingo, com o calendário a motivar esse tal exercício de memória, recebia o Boavista em Alvalade.

Ficha de jogo

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Sporting-Boavista, 3-0

24.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

Sporting: Franco Israel, Diomande, Coates, Matheus Reis (Gonçalo Inácio, 57′), Ricardo Esgaio, Manuel Ugarte (Mateo Tanlongo, 84′), Morita, Nuno Santos, Marcus Edwards (Arthur Gomes, 72′), Pedro Gonçalves (Trincão, 57′), Chermiti (Paulinho, 72′)

Suplentes não utilizados: Diego Callai, Jeremiah St. Juste, Fatawu, Mateus Fernandes

Treinador: Rúben Amorim

Boavista: Bracali, Reggie Cannon, Abascal, Bruno Onyemaechi, Pedro Malheiro, Makouta (Vukotic, 89′), Camará (Masa, 45′), Seba Pérez, Ricardo Mangas (Martim Tavares, 69′), Salvador Agra (Bruno Lourenço, 45′), Yusupha (Bozenik, 79′)

Suplentes não utilizados: João Gonçalves, Robson Reis, Filipe Ferreira, Sasso

Treinador: Petit

Golos: Nuno Santos (17′), Salvador Agra (ag, 43′), Paulinho (90+3′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Ricardo Esgaio (20′), a Masa (76′), a Diomande (77′)

A equipa de Rúben Amorim surgia nesta jornada a meio da eliminatória da Liga Europa contra o Arsenal, onde empatou na primeira mão na passada quinta-feira, e vinda de três vitórias consecutivas no Campeonato. O objetivo, portanto, era simples: chegar ao quarto triunfo seguido, uma série inédita na atual edição da Liga, e responder aos resultados positivos que Benfica, FC Porto e Sp. Braga já tinham alcançado nas horas anteriores. Tudo isso num Estádio José Alvalade que, no último mês, tem sido o exemplo apático e vazio da desilusão dos adeptos com as prestações leoninas.

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“Temos de estar preparados. Faz parte. Num clube grande há muitas regalias e depois também há esse lado. Tivemos um grande ambiente contra o Arsenal. Conheço muito bem os meus jogadores e o ambiente dos estádios. Quando demos a volta, os adeptos começaram a acreditar. O futebol é muito puxado pelos adeptos, mas principalmente pelas equipas. Nós estamos a fazer esse trabalho. Se ajudava mais ter um ambiente diferente? Ajudava. Se calhar temos de meter um DJ e aumentar a festa antes dos jogos. O Sporting tem muito potencial. É olhar para o plano todo, podemos melhorar”, atirou Amorim na antevisão da partida, numa referência ao facto de o Benfica ter tido um DJ a atuar ao vivo no Estádio da Luz no jogo contra o Club Brugge, nos quartos de final da Liga dos Campeões.

Neste contexto e menos de uma semana antes da decisiva visita ao Arsenal, o treinador leonino recuperava as titularidades de Diomande e Chermiti e deixava St. Juste, Gonçalo Inácio e Paulinho no banco, lançando Nuno Santos na ala esquerda e Ricardo Esgaio no corredor oposto. Pote voltava ao trio ofensivo, com Ugarte a fazer companhia a Morita no meio-campo e Franco Israel estreava-se no Campeonato ao render o lesionado Adán na baliza. Do outro lado, num Boavista na primeira metade da classificação, Petit apostava em Yusupha enquanto referência ofensiva.

Os primeiros instantes da partida mostraram desde logo que o Sporting pretendia chegar depressa ao golo e não cometer os erros da jornada anterior — onde, no Algarve e contra o Portimonense, acumulou oportunidades desperdiçadas e só marcou já no último quarto de hora. Chermiti teve uma enorme ocasião logo nos primeiros minutos, ao cabecear à trave na sequência de um cruzamento de Morita (1′), Edwards rematou ao lado pouco depois (2′), Esgaio viu Bracali impedir uma finalização na grande área (10′) e o mesmo Chermiti falhou o alvo quando já só tinha o guarda-redes pela frente (13′).

Do outro lado, pouco ou nada se via. O Boavista não tinha capacidade para mais do que defender-se das investidas do Sporting e procurar adiar o primeiro golo do jogo, demonstrando um autêntico deserto de ideias nas raras vezes em que ultrapassou a linha do meio-campo na meia-hora inicial. E pouco depois de estar cumprido o primeiro quarto de hora e de forma absolutamente natural e expectável, o Sporting conseguiu mesmo chegar ao golo: Edwards acelerou na direita e tentou assistir Chermiti com um cruzamento atrasado, o avançado falhou o remate e a bola sobrou para Nuno Santos, que abriu o marcador com um pontapé brilhante de letra (17′).

Os leões reduziram a intensidade depois do golo, recuando as linhas e permitindo mais espaço e fôlego ao Boavista — que forçou a primeira intervenção de Franco Israel já depois da meia-hora e na sequência de um cabeceamento fraco de Yusupha (32′). O Sporting controlava por completo todas as ocorrências sem que a equipa de Petit criasse qualquer perigo junto da baliza adversária e a primeira parte foi decorrendo com a ideia clara de que os leões tinham tudo para carimbar mais uma vitória.

Já nos últimos instantes do primeiro tempo e depois de Nuno Santos ter rematado à figura de Bracali (39′), o Sporting chegou mesmo ao segundo golo: o ala foi lançado por Morita na esquerda e cruzou atrasado à procura do remate de Pote, com Salvador Agra a desviar para a própria baliza quando tentava evitar o pontapé do avançado leonino (43′). Ao intervalo, os leões estavam a vencer o Boavista de forma justa e sem que os axadrezados deixassem antecipar enormes alterações para a segunda parte.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Boavista:]

Rúben Amorim não mexeu logo ao intervalo mas Petit optou por fazer duas substituições logo no início da segunda parte, lançando Bruno Lourenço e Masa. O Boavista regressou com as linhas mais subidas, fugindo ao sufoco imposto pelo Sporting na primeira parte e procurando chegar mais perto da baliza adversária, mas é a verdade é que o conjunto axadrezado não demonstrava capacidade para criar oportunidades.

Os leões iam aproveitando o espaço no meio-campo oposto para desequilibrar em transição e tanto Nuno Santos como Ricardo Esgaio ficaram muito perto de aumentar a vantagem, primeiro com um remate de fora de área que passou ao lado (48′) e depois com um grande pontapé que acertou em cheio na trave (52′). À passagem da hora de jogo e sem que as dinâmicas se alterassem, até porque o Boavista pouco ou nada ameaçava o resultado, Rúben Amorim começou a pensar na visita ao Arsenal e trocou Matheus Reis e Pote por Gonçalo Inácio e Trincão.

O que tinha acontecido na primeira parte prolongou-se na segunda e Nuno Santos era mesmo o grande inconformado do Sporting, acumulando remates desenquadrados e à baliza e deixando claro que tem uma qualidade de finalização muito acima da média. Os esforços do jogador português, porém, não voltaram a dar golo — e o resultado só se alterou nos descontos, com Paulinho a marcar pelo terceiro jogo consecutivo ao desviar um cruzamento rasteiro de Esgaio (90+3′).

O Sporting venceu o Boavista em Alvalade, foi claramente superior e somou o quarto triunfo consecutivo para o Campeonato e o terceiro sem sofrer golos. Num dia em que Diomande e Ugarte também realizaram exibições de encher o olho, é impossível não destacar a prestação de Nuno Santos: que levou a letra escrita para mostrar a Rúben Amorim que, mesmo sem DJ, sabe ser um compositor de vitórias.

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