Durante a reunião anual com os accionistas, a 1 de Março, a Tesla anunciou que a próxima Gigafactory iria ser construída em Monterrei, no estado mexicano de Nuevo Leon, reforçando assim as fábricas em Xangai, Berlim, Texas, Fremont e Nevada. Inicialmente, tudo apontava para que a Giga México fosse uma extensão da Giga Texas, mas sabe-se agora que há outros objectivos para a linha de produção mexicana, que passam pela superação de alguns recordes da marca.

Quem avançou mais elementos sobre a nova Giga México foi o chinês Tom Zhu que, depois de ter demonstrado o seu valor à frente da Giga Xangai, é agora o responsável pelas fábricas norte-americanas e europeia, bem como pela implementação nas outras instalações fabris dos mesmos princípios que permitiram tornar a fábrica chinesa na mais eficiente e produtiva da Tesla, com uma capacidade instalada de 1 milhão de veículos por ano. Zhu garantiu que a Giga México não só será construída em menos de nove meses, da primeira pedra à produção do primeiro veículo, batendo assim o recorde de Xangai, como ultrapassará a produção anual de 1 milhão de veículos, retirando com isto mais um recorde à fábrica chinesa.

Tom Zhu tem outros truques na manga para o México, que passam pela utilização de mais megacastings com as máquinas gigantescas da Idra, que conseguem fabricar toda a zona frontal do chassi de um Model 3 ou Y em apenas uma peça, poupando tempo e custos. Nas actuais Gigafactories já se produzem chassis com apenas três peças, uma megacasting frontal, outra traseira e uma terceira ao centro, juntando ambas e simultaneamente alojando o pack de baterias. Para melhorar ainda mais a eficiência das fábricas actuais da Tesla, como Zhu prometeu, a solução passará pela possibilidade já levantada por Elon Musk, que consiste em produzir todo o chassi com uma só peça, recorrendo a uma máquina da Idra ainda maior e capaz de gerar uma pressão mais elevada.

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A Giga México deverá assim ser a fábrica capaz de produzir a nova geração de modelos da marca, a começar por aquilo que tem sido referido como o Model 2, o Tesla que será proposto nos EUA por 25.000 dólares. E é aqui que começam a surgir as vantagens de produzir no México, conjugando os ganhos de uma concepção de veículos optimizada com uma linha de produção mais rápida e um custo de mão-de-obra inferior, argumentos fundamentais quando se pretende fabricar um veículo eléctrico barato.

Mas Tom Zhu ainda tem alguns problemas pela frente, que não teve de enfrentar na China, a começar pela necessidade de água para a fábrica mexicana. Nuevo Leon não é uma região particularmente rica neste líquido vital, o que levou o governador da região a interessar-se pelo consumo pretendido de água e qual a origem. Mas a Tesla já teve de enfrentar pressões similares em Berlim, pelo já tem alguma experiência em conter o consumo.