O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta (PS), afirmou esta sexta-feira que o município sai beneficiado com a escolha de três localizações possíveis para a construção do futuro aeroporto de Lisboa naquele concelho da Península de Setúbal.

O Montijo fica beneficiado, porque, além da solução Portela+Base Aérea 6, no Montijo, e da solução Montijo/Canha [o chamado aeroporto de Alcochete, mas que também está situado no concelho do Montijo], agora apareceu também o aeroporto de Pegões, outra freguesia do concelho”, disse à agência Lusa Nuno Canta.

“O Montijo sai reforçado com as escolhas da comissão técnica. É o concelho que tem mais alternativas para a localização do aeroporto”, acrescentou o autarca, instado a comentar a decisão da comissão técnica de aprofundar os estudos sobre nove soluções alternativas para o futuro aeroporto de Lisboa.

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A comissão técnica que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa anunciou quinta-feira nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo (Portela+Montijo, Montijo+Portela, Alcochete, Portela+Santarém e Santarém) mais Portela+Alcochete, Portela+Pegões, Rio Frio+Poceirão e Pegões, totalizando sete localizações e nove opções estratégicas.

Uma das opções da comissão técnica foi recuperar a possibilidade de construção do futuro aeroporto em Rio Frio – escolha anunciada pelo antigo regime ditatorial do Estado Novo -, num território do concelho de Palmela que sempre teve uma relação preferencial com o Montijo.

“O aeroporto de Rio Frio – recuperado da decisão de 1972, que já esteve em lei para se realizar em Rio Frio -, apesar de se tratar de um território do concelho de Palmela, sempre teve uma relação histórica, económica, social e política com o Montijo”, disse Nuno Canta.

“Estou satisfeito porque estas localizações, todas elas, reforçam muito mais a posição do Montijo na região de Lisboa e como solução para a questão aeroportuária de Lisboa”, reiterou o autarca montijense.

Por outro lado, o presidente da Câmara do Montijo considera que “não se pode perder a perspectiva de que o próximo grande investimento aeroportuário da região de Lisboa tem de ser realizado a sul do Tejo, na Península de Setúbal”.

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“Nós precisamos de ter aqui um motor de desenvolvimento que não temos, precisamos de ter aqui um motor de criação de emprego, que não temos, e precisamos de ter aqui empregos qualificados para as pessoas, que também não temos. Grande parte dos empregos qualificados está na margem norte. E as pessoas da margem sul do Tejo têm de se deslocar todos os dias, pelas pontes 25 de abril e Vasco da Gama, para trabalhar em Lisboa. Temos de inverter isto”, justificou o autarca socialista.

A necessidade de se construir uma terceira travessia do Tejo caso o futuro aeroporto de Lisboa seja efetivamente construído na Península de Setúbal não assusta o presidente da Câmara do Montijo, que diz se tratar de uma outra infraestrutura fundamental para a coesão da Área Metropolitana de Lisboa.

“A terceira travessia do Tejo parece uma questão evidente e necessária para a coesão da chamada região de Lisboa, cidade das duas margens. É um princípio dos anos 80 que ainda hoje está presente no planeamento do território da região de Lisboa e que, do meu ponto de vista, só se reforça com mais conexão, mais pontes, como é evidente”, justificou.

Confrontado com a possibilidade de o futuro aeroporto vir a ser construído em Santarém, o presidente da Câmara do Montijo considera que se trata de uma solução que não responde à necessidade de se aumentar a capacidade aeroportuária de Lisboa.

Pegões e Rio Frio mais Poceirão fazem parte das nove opções que vão ser estudadas para o novo aeroporto

“Estamos a tratar de um aeroporto para a área metropolitana, para aumentar a capacidade aeroportuária de Lisboa. E isso obriga-nos, a todos nós, a sermos coerentes com essa estratégia, que passa por fazermos a construção de uma nova infraestrutura aeroportuária na Área Metropolitana de Lisboa”, disse Nuno Canta.

A construção de um aeroporto em Santarém, na opinião do autarca, “não cumpre este critério fundamental e está demasiado longe de Lisboa”.