A easyJet disse esta quinta-feira ter ficado “extremamente desapontada” com a convocação de uma greve no fim de maio e início de junho pelos tripulantes de cabine, garantindo que a “proposta atual do sindicato é impraticável”.

“Estamos extremamente desapontados com a decisão do SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil] de anunciar um novo aviso de greve, apesar de termos deixado clara a nossa disponibilidade para retomar um diálogo construtivo de forma a chegar a um acordo sustentável”, disse a transportadora aérea, em comunicado.

“A proposta atual do sindicato é impraticável, especialmente tendo em conta que o que pagamos aos nossos trabalhadores está acima da média salarial nacional”, garantiu.

Os tripulantes de cabine da easyJet convocaram uma greve para os dias 26, 28 e 30 de maio e 1 e 3 de junho, anunciou esta quinta-feira o SNPVAC, num comunicado.

A easyJet lamentou, por sua vez, o “impacto que esta ação vai ter nos planos” dos seus clientes.

“Vamos fazer todos os possíveis para mitigar o impacto que possa ter nos nossos clientes, incluindo fazer alterações nos voos antes da greve”, assegurou a empresa, destacando que “os clientes cujos voos sejam afetados vão ser diretamente contactados via SMS ou email, através dos dados fornecidos no momento da reserva”.

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A transportadora disse ainda que todos os clientes cujos voos sejam cancelados “são elegíveis para um reembolso ou mudança gratuita para um novo voo”, recomendando que confirmem o estado dos seus voos.

No comunicado, a transportadora disse ainda que “leva muito a sério a sua responsabilidade enquanto empregador e emprega todos os seus trabalhadores ao abrigo de contratos locais, acordados com os sindicatos e em linha com a legislação local”, indicou.

De acordo com a empresa, a remuneração dos seus trabalhadores “é competitiva e está significativamente acima da média salarial nacional”.

“O SNPVAC defende uma proposta impraticável, pedindo aumentos entre os 63% e os 103%, o que demonstra falta de conhecimento da realidade”, garantiu.

No pré-aviso de greve, o SNPVAC disse que a easyJet “continua apostada numa postura de arrogância e inflexibilidade, mantendo-se todos os pressupostos que levaram ao recurso a esta medida extrema”.

“As propostas de alteração às prestações pecuniárias já anteriormente apresentadas pela empresa continuam senão piores, muito aquém do limiar do aceitável para garantir trabalho digno aos tripulantes de cabine”, indicou a estrutura, acrescentando que “a easyJet continua ‘surda’ às dificuldades económicas sentidas pelos seus tripulantes, devido aos baixos rendimentos, em face ao reconhecido aumento do custo de vida, o que asfixia os trabalhadores e põe em causa o bem-estar e conforto das suas famílias”.

O sindicato voltou a realçar que “noutros países e bases onde a empresa apresenta nível de rentabilidade inferior ao verificado em Portugal, os colegas obtiveram aumentos significativos”, referindo que “o clima de tensão e desagrado pelo longo e intolerável impasse na resolução dos diversos diferendos laborais se agravou, levando a concluir que a easyJet, tem como objetivo final prolongar indefinidamente no tempo a postura adotada”.

A greve dos tripulantes de cabine da easyJet nos dias 1, 2 e 3 de abril cancelou 220 voos, segundo anunciou, na altura, fonte oficial do SNPVAC.

Greve dos tripulantes de cabine da easyJet cancelou 220 voos