O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, pediu esta segunda-feira que as linhas de alta velocidade ferroviária a construir no país sejam alvo de consenso político, suporte técnico e rapidez na decisão, após um debate no Porto.

Acho que são boas duas coisas, e este Governo já mostrou disponibilidade para isso: que estas decisões sejam tomadas na base de um entendimento pluripartidário, em particular com o principal partido da oposição. A questão do TGV é tão importante como a questão do aeroporto de Lisboa, como é óbvio“, afirmou.

O segundo ponto mencionado por Francisco Assis, que encerrou esta segunda-feira o debate “A Linha de Alta Velocidade Porto/Madrid – via Trás-os-Montes e Castela e Leão”, que decorreu esta segunda-feira na Câmara do Porto, foi o desejo de que “a decisão tomada o seja “com base num suporte técnico rigoroso“.

“Terceiro, que estas decisões não sejam postergadas no tempo a ponto de nós continuarmos a adiar o desenvolvimento do nosso país“, disse o antigo eurodeputado aos jornalistas no final da conferência.

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Outro dos pontos apontados por Francisco Assis no caso das ligações transfronteiriças foi a coordenação das decisões com Espanha, notando que os espanhóis são “inflexíveis” na defesa do seu interesse estratégico.

Nós temos que fazer o mesmo. Julgo que o faremos. Portugal também tem que ser muito claro quando chegar o momento de dialogar com o Governo espanhol”, defendeu.

Porém, para tal acontecer, “primeiro tem que saber muito bem o que quer”, para depois ter de “ser muito claro a colocar aos espanhóis essas questões, porque isto também é do interesse de Espanha”, frisou Francisco Assis.

“A nossa articulação com Espanha não se pode fazer apenas em função da definição das prioridades espanholas, mas em função de entendimentos que temos que alcançar, em que as prioridades portuguesas têm que ser tidas em consideração”, referiu.

O responsável do CES apontou que ainda se está “numa fase de estudo em Portugal” sobre as futuras ligações ferroviárias transfronteiriças, só sendo possível haver conclusões “quando o país tomar decisões claras”.