Portugal colocou-se numa posição favorável para que nem uma eliminatória dos quartos de final do Europeu fosse motivo de grande preocupação. Ao bater a França (3-1), a seleção nacional conseguiu o primeiro lugar do grupo A e o consequente direito de defrontar o último do grupo B que, no caso, foi a Inglaterra, conjunto que não venceu qualquer um dos três encontros anteriores e obteve um rácio de quatro golos marcados e 16 sofridos. No fundo, depois de jogar contra as melhores equipas do Europeu, era como se, consoante avançava na prova, Portugal tivesse o caminho facilitado.

O assunto de família tornou-se assunto resolvido: Portugal vence França e passa aos quartos de final no 1.º lugar do grupo

“Sem facilitismos, pois não há jogos fáceis e, como dizia António Livramento, sempre desconfiados”. O selecionador nacional, Renato Garrido, mantinha a pulga atrás da orelha mesmo que, diante de adversários mais fortes do que a Inglaterra, a seleção nacional tenha dado uma resposta positiva. “É assim que vamos encarar o jogo com a Inglaterra e tentar também, se possível, fazer uma gestão de esforço para estarmos preparados para a fase final”.

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Numa competição com jogos todos os dias, Portugal avançava para o quarto compromisso. “É uma competição muito intensa. São seis jogos em seis dias. Tem que haver uma boa gestão da equipa como tem havido até agora. Todos os elementos são importantes”, analisou o guarda-redes Xano Edo que se estreou no Europeu diante da França. “Fico muito contente pela oportunidade e, mais importante, por ter ajudado a equipa, tal como eles também me ajudaram a mim”.

Era um jogo de exigência máxima… para os oficiais de mesa que não se podiam distrair em relação à contagem dos golos de Portugal. A facilidade com que a seleção nacional entrava na área inglesa era evidente. Foi lá que Rafa inaugurou o marcador contra a equipa treinada pelo português Vítor Pereira. A fraca oposição da defesa inglesa permitiu a Gonçalo Alves, com nota artística e insistência voltar a bater o guarda-redes Will Martin. Ainda dentro dos primeiros dez minutos, Portugal chegava ao 3-0 por João Rodrigues. Pouco depois, o jogador do FC Barcelona bisou com um gesto técnico que começou atrás da baliza.

Na baliza nacional, Pedro Henriques voltou a ser titular após Xano Edo ter jogado de início contra a França. Os jogadores portugueses têm enaltecido muito o papel da defesa no rendimento da equipa. Henrique Magalhães é um dos principais responsáveis por isso, mas uma distração do jogador do Sporting, num momento em que Portugal já dava o golo como ganho mesmo sem que a primeira parte tivesse acabado, chegou para a Inglaterra reduzir por Jack Tucker. Henrique Magalhães redimiu-se ao cobrar com sucesso uma grande penalidade por patim na bola.

O 5-1 ao intervalo permitiu a Renato Garrido dar mais uma internacionalização a Xano Edo. Em menos de cinco minutos, João Rodrigues anotou mais dois golos à boca da baliza. Até este ponto, o jogo decorria apenas com uma falta, o que era sintomático da falta de intensidade. Com naturalidade, a Inglaterra continuou a conceder muito espaço aos habilidosos jogadores portugueses. João Souto marcou também ele, num ápice, dois golos. Pelo meio, houve um muito comemorado golo inglês anotado por Owen Norris.

A barreira psicológica dos dez golos marcados com que Portugal quase sempre presenteou a Inglaterra nos últimos confrontos entre as duas equipas foi alcançada por intermédio de Henrique Magalhães. Depois, Rafa rematou contra o joelho de um defesa inglês e a bola, com felicidade, entrou na baliza de Will Martin. João Rodrigues chegou ao quinto golo no encontro. O que o capitão nacional tinha a mais, Nuno Santos tinha a menos. O jogador do que deixou o Valongo para representar a Oliveirense procurava o primeiro golo no Europeu, o segundo ao serviço de Portugal, e acabou por o conseguir.

Rafa alargou ainda mais a vantagem a quatro minutos do fim aind com tempo para Telmo Pinto selar o resultado final em 15-2. Na partida contra a Inglaterra, apenas Hélder Nunes, entre os jogadores de campo, não conseguiu marcar.

A passagem às meias-finais vai fazer Portugal regressar aos jogos a doer. A equipa de Renato Garrido volta a defrontar a França (que bateu a Suíça por 5-0), esta sexta-feira, na partida que vai decidir um dos finalistas do Europeu, competição que escapa à seleção nacional desde 2016.