Já a noite se tinha instalado, quando Portugal ficou a saber que ia ser Espanha o adversário da seleção nacional no jogo decisivo do Europeu. Os espanhóis só nas grandes penalidades conseguiram deixar pelo caminho a Itália após um emocionante empate a quatro. Com mais facilidade, a equipa de Renato Garrido bateu a França na meia-final (5-2).

“Há uma sede muito grande dos meus jogadores”, disse o selecionador nacional, Renato Garrido. “Estamos na final, que era aquilo que queríamos. Depois do Mundial na Argentina, estar numa final aqui, na Catalunha, com um percurso como nós fizemos, é para nós motivo de muito orgulho”.

Um agradecimento ao colete anti-penáltis: Portugal está na final do Europeu de hóquei em patins

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As duas seleções já se tinham encontrado na fase de grupos tendo o jogo terminado empatado a três. Esse encontro referente ao grupo A foi o único que Portugal não venceu no caminho até à final. Nessa ocasião, as equipas empataram a três. “Queremos agora não só estar presentes na final, mas também ganhar. Esse é o nosso grande objetivo. Vamos dar tudo o que tivermos por Portugal, pelo hóquei em patins português e dignificar ao máximo esta modalidade, fazendo tudo para vencer, independente de quem seja o adversário”, afirmou Renato Garrido.

A cerimónia protocolar mostrou que o Europeu ainda não tinha vivido até agora um ambiente tão quente como o que se viu na final. O hino de Portugal foi assobiado. O de Espanha… também (o encontro realizou-se na Catalunha). A intensidade que vinha das bancadas acabou por se transportar para dentro do campo. Logo de início, o guarda-redes nacional, Pedro Henriques, foi obrigado a uma série de intervenções que contiveram o remates perigosos dos espanhóis.

Hélder Nunes respondeu em bom português. Pouco depois do meio-campo, o jogador que está de regresso ao FC Porto, rematou à baliza de Carles Grau. Assim como a barra devolveu a bola, também Espanha devolveu o perigo, só que em dose redobrada e em forma de golo. Marc Grau teve a sorte de resgatar a bola que Pedro Henriques tinha deixado diante de si ao travar Marc Julià.

É difícil quando é na eficácia que tudo se decide. Portugal tinha o mesmo volume ofensivo que Espanha só que não conseguia marcar. O jogo estava duro e com um número elevado de faltas. No limite, é possível dizer que muitas das infrações que ambas as equipas cometeram, noutros jogos do Europeu, teriam valido cartões azuis. Na primeira parte, só um desentendimento entre Henrique Magalhães e Pau Bargalló valeu esse tipo de sanção, no caso, para os dois jogadores.

Portugal tinha que patinar atrás do prejuízo. Rafa complicou a vida da seleção nacional ao ver cartão azul. Pedro Henriques segurou o livre direto, mas perto do final dos dois minutos a jogar em superioridade numérica, Espanha aumentou a vantagem por Marc Grau. Nessa altura, Portugal tinha nove faltas e não tardou em fazer a décima. No livre direto, Marc Julià conduziu até Pedro Henriques e fez o segundo golo dentro do mesmo minuto.

Num misto de fúria e apreensão, Gonçalo Alves colocou toda a potência que conseguiu no remate que o guarda-redes espanhol, Carles Grau, não foi capaz de conter. Reduziu Portugal. A equipa de Renato Garrido tentou aproveitar o momento positivo e conseguiu que Sergi Aragonès visse cartão azul, mas sem direito a livre direto.

A seleção nacional não conseguiu aproveitar a vantagem numérica para marcar e continuou a perdoar quando Gonçalo Alves não converteu em golo a décima falta espanhola. No entanto, o melhor marcador do torneio à entrada para a final, redimiu-se com um golo genial em que passou a bola entre as pernas. Só que, novamente no instante seguinte, Portugal cometeu a 15.ª falta. Livre direto para Espanha e Marc Julià voltou a colocar o resultado a dois golos de diferença a favor dos espanhóis.

Por muito que Portugal tentasse, Espanha estava firme a defender o 4-2, resultado que conseguiu manter até final. Depois da derrota na final do Mundial com a Argentina, pelo mesmo resultado, a seleção nacional volta falhar uma grande conquista. Os espanhóis sagraram-se tricampeões da Europa.