O concelho de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, vai acolher cerca de 6.000 peregrinos, grande parte dos quais italianos, para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), disse à agência Lusa a coordenadora do comité organizador desta vigararia.

Dos 6.000 peregrinos, a maior parte são italianos oriundos de diversas dioceses e mais de uma centena são espanhóis, afirmou Sara Camilo à Lusa.

Os primeiros começam a chegar ao território na segunda-feira e os últimos partem no dia 8 de agosto.

Do total dos jovens, quase 2.000 vão ficar no território da paróquia de A-dos-Cunhados, 1.700 na cidade de Torres Vedras e os restantes distribuídos por outras paróquias do concelho.

“A-dos-Cunhados recebe a maioria porque só o Externato de Penafirme vai acolher 1.800, entre pernoita e as atividades de catequese”, justificou.

Está previsto o acolhimento em pavilhões escolares ou desportivos, associações e em mais de 300 famílias, em casas particulares.

“Nas últimas semanas, com o aproximar da JMJ, houve um maior entusiasmo das famílias e um crescimento de mais de 20 só na Silveira”, especificou.

Segundo Sara Camilo, quase quatro centenas de voluntários paroquiais vão estar a trabalhar na preparação dos espaços de acolhimento, nos registos de entradas, na distribuição das refeições em cada paróquia, mas também nos vários momentos do programa da JMJ.

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Apesar da oferta de transportes públicos para Lisboa, os transportes são uma das principais preocupações desta organização vicarial.

“Não temos no dia-a-dia muitos transportes para Lisboa, por isso, os peregrinos que recebemos vêm em autocarros por eles alugados. Contudo, preocupa-nos os transportes, porque precisamos de os assegurar para os cerca de 800 peregrinos torrienses que vão participar na JMJ”, explicou Sara Camilo.

“Desde início, tínhamos noção que os transportes iriam ser um dos constrangimentos”, acrescentou.

A organização já garantiu transporte para os cerca de 400 voluntários, através de autocarros alugados e veículos cedidos pelas freguesias do concelho.

Agora “está a trabalhar no transporte dos peregrinos da região”, efetuando o levantamento do número de peregrinos e de horários dos transportes públicos, e mantendo “conversações com a Barraqueiro [empresa de transportes públicos rodoviários] para haver um reforço”.

Outra das preocupações prende-se com a alimentação que, de início, estava a cargo de outro departamento fora da vigararia e “localmente se começou a perceber que não estava a haver muita adesão”, pelo que o comité organizador vicarial de Torres Vedras “está a trabalhar” para aumentar a lista de espaços aderentes, tendo já reunido 22 locais, entre restaurantes e instituições sociais.

“Neste momento, já conseguimos garantir refeições para três dias, por isso estamos mais descansados, uma vez que os restantes dias são passados em Lisboa”, disse.

A pensar na saúde, a organização vicarial está a trabalhar com a Proteção Civil e com a Cruz Vermelha locais no sentido de criar um hospital de campanha, com médicos, enfermeiros e outros recursos materiais “para não sobrecarregar” a urgência de Torres Vedras do Centro Hospitalar do Oeste.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a JMJ, com o Papa Francisco, de 1 a 6 de agosto.

O Papa, primeiro a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa no dia 2 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 05 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As principais cerimónias da JMJ decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.