O Museu Nacional da Música (MNM) vai, finalmente, mudar-se para Mafra. O museu, que desde 1993 se encontrava na estação de metro do Alto dos Moinhos, em Lisboa, fecha as portas em definitivo no próximo dia 2 de outubro, para preparar a transferência do acervo para o Palácio Nacional de Mafra e obras de restauro das cerca de 250 peças em exposição, num processo que deverá ficar concluído até ao final de 2024.

Em comunicado, a Direção-Geral do Património Cultural refere que a mudança para a ala norte do palácio “permitirá duplicar o número de peças em exposição, de 250 para 500, acolhendo um acervo de mais de 1300 instrumentos musicais do século XVI ao XXI”, onde se incluem peças como o cravo Taskin, construído no final do século XVIII a pedido do rei Luís XVI de França, ou o violoncelo Stradivarius, que pertenceu à coleção de D. Luís I, Rei de Portugal.

A mudança para Mafra há muito que tinha sido idealizada, mas só agora começará o processo para que se torne realidade. As instalações no Alto dos Moinhos estavam inicialmente previstas para acolher o MNM durante cerca de 20 anos, período que terminou em 2013.

Depois de várias decisões contraditórias de sucessivas tutelas, foi até 2014 que o então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, decretou a ida do museu para Mafra, inicialmente prevista para 2017.

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Seis anos depois do prazo inicialmente previsto, a mudança acontece, ao abrigo dos fundos disponibilizados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Um investimento de cerca de 6 milhões de euros está a ser feito para requalificar a ala norte do Palácio de Mafra, com cerca de 300 mil euros adicionais alocados para o restauro e conservação do acervo.

A ocasião vai coincidir com o Dia Mundial da Música, que se celebra a 1 de outubro, um dia antes do encerramento. Neste contexto, o MNM preparou um programa para assinalar a data e o encerramento das instalações no Alto dos Moinhos. No dia 1 de outubro, o museu acolhe dois concertos, com entrada gratuita, um da pianista Marta Menezes e o outro de Adriana Ferreira, flautista principal da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecília, em Roma.

Antes disso, já a partir desta quinta-feira, 28 de setembro, o museu, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Investigação em Música organizam a 12.ª edição do Encontro de Investigação em Música no Real Edifício de Mafra, que decorre até dia 1 e tem o apoio da autarquia local.

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