O Bloco de Esquerda anuncio vai propor no parlamento uma moratória para acabar imediatamente com o regime fiscal destinado a não residentes e insistiu na proibição de venda de casas a residentes não habituais. Estas iniciativas foram apresentadas pela coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, numa conferência de imprensa em que acusou o primeiro-ministro, António Costa, de ter apresentado “a capitulação” do Governo perante a grave crise da habitação.

Número de residentes não habituais com direito a benefício fiscal disparou em 2022. Costa anunciou travão para 2024

As propostas do Bloco de Esquerda vão ser debatidas no próximo dia 25, no âmbito de um agendamento potestativo desta força política e serão votadas no próprio dia, ou seja, antes do debate do Orçamento do Estado para 2024.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Perante os jornalistas, Mariana Mortágua alertou para as consequências resultantes do facto de o primeiro-ministro, na segunda-feira, em entrevista à TVI e CNN/Portugal, ter anunciado com efeitos diferidos o fim do regime de taxas aplicadas aos residentes não habituais.

“Se nada for feito e se desde já não for aplicada uma moratória que impeça o acesso ao regime fiscal dos residentes não habituais, então – como fez na segunda-feira o primeiro-ministro -, estar-se-á a promover uma borla fiscal aos registos para o regime de residente não habitual no espaço que vai entre o anúncio e o fim do regime. Foi isso que aconteceu com os vistos gold e foi isso que aconteceu com a medida que limitava o aumento das rendas para novos contratos. E isso acontecerá com o regime dos residentes não habituais”, advertiu a coordenadora do Bloco de Esquerda.

De acordo com Mariana Mortágua, “o mero anúncio do Governo, um aviso à navegação, torna-se uma promoção e num apelo por parte do primeiro-ministro para que quem queira venha a usufruir desse regime, ao qual terá acesso durante dez anos”.

Um apelo, segundo Mariana Mortágua, para que se adira “rapidamente enquanto o regime não é eliminado”.