792kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

ModaLisboa. O regresso ao Pátio da Galé serviu-nos cor e assimetrias no primeiro dia de desfiles

Este artigo tem mais de 6 meses

O calendário da moda portuguesa voltou ao Terreiro do Paço esta sexta-feira com o tema À La Carte. Sangue Novo, Arndes e o novo branding da DuarteHajime foram os destaques do menu no primeiro dia.

Sharam Diniz foi uma surpresa no desfile de DuarteHajime. "Achei que era uma presença feminina interessante e poderosa", contou-nos Ana Duarte
i

Sharam Diniz foi uma surpresa no desfile de DuarteHajime. "Achei que era uma presença feminina interessante e poderosa", contou-nos Ana Duarte

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Sharam Diniz foi uma surpresa no desfile de DuarteHajime. "Achei que era uma presença feminina interessante e poderosa", contou-nos Ana Duarte

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Ao fim de sete meses, tirámos a barriga de misérias no regresso do calendário da moda em Portugal. No solarengo primeiro dia da 61.ª edição da ModaLisboa — com o tema À La Carte — provámos uma degustação de jovens designers à entrada, uma Arndes atemporal como prato principal e terminámos numa nota doce com as confissões de uma criadora que foi mãe apenas um mês antes de apresentar um rebranding e uma nova coleção  — falamos de Ana Duarte e da sua DuarteHajime, que fechou o calendário de sexta-feira, 6 de outubro, pelas 22 horas.

Como bom filho a casa torna, esta edição serviu a ementa com a confirmação do célebre ditado popular e regressou ao Pátio da Galé ao fim de sete anos — foi a esse mesmo espaço que o evento chamou casa entre 2011 e 2016. Recorda-se que as últimas duas edições da ModaLisboa estiveram instaladas na Lisboa Social Mitra, em Marvila.

Três designers, três divas. Luís Carvalho, Béhen e Maria Carlos Baptista sobre sinergias (e amizades) com Marisa Liz, Ana Moura e Carminho

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A partir das 18 horas, uma encalorada multidão composta por convidados, celebridades, stylists e imprensa aglomerou-se nos bancos corridos da sala de desfiles — servindo-se do que podia, leques e até folhas, para arejar  — para ver passar as propostas para a próxima estação, cheias de pele à mostra, transparências, assimetrias e malhas. Como já é costume, esta edição começou com o concurso Sangue Novo e a seleção de seis finalistas. Seguiram-se as Workstations de Niuka Oliveira e Filipe Cerejo (vencedores da última edição) pelas 20h, Arndes às 21h e a festa fechou com DuarteHajime pelas 22h.

As assimetrias (nas imagens, de Niuka Oliveira e Bárbara Atanasio), foram um dos destaques do dia

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

O cartaz continua nos dias 7 e 8 de outubro (sábado e domingo), com nomes como Constança Entrudo, Luís Buchinho, Carlos Gil, Luís Carvalho, Nuno Baltazar, Gonçalo Peixoto e Dino Alves, entre outros. Conheça o programa completo no site oficial.

Continue a ler para conhecer os destaques do primeiro dia de desfiles da ModaLisboa À La Carte.

Sangue Novo

O pontapé de saída é sempre deles. Pelas 18 horas de sexta-feira, convidados e imprensa encavalitaram-se pela primeira vez nos bancos corridos da sala de desfiles para ver passar 10 jovens promessas da moda nacional: Afonso Afonso, Ana Maricato, Bárbara Atanásio, ÇalPfungst (repetente da edição passada) Diogo Mestre, GabrielBandeira, Isza, IzabelMonnerat, Maria do Carmo Studio (também repetente) e Maria Miguel Martins. Deste variado menu, o júri composto por Miguel Flor, Joana Jorge, João Magalhães, Adriano Baptista, Ana Tavares e Olivia Spinelli selecionou os seis criadores que passaram para a final — apesar de, tipicamente, os finalistas serem cinco, um empate técnico levou os jurados a abrirem uma exceção. São eles: Bárbara Atanásio, Diogo Mestre, Gabriel Bandeira, Isza, Maria do Carmo Studio e Çal Pfungst.

Isza, Bárbara Atanásio e Gabriel Bandeira foram três dos seis finalistas

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Os seis finalistas regressam na próxima edição para competirem pelos prémios do IED – Instituto Europeo di Design (mestrado em Fashion Brand Management no IED Florença no valor de 24 mil euros, uma bola de 4 mil euros e mentoria por parte da Associação ModaLisboa), ModaLisboa x RDD Textiles (estágio de 3 meses na RDD Textiles para desenvolverem uma coleção, bolsa de 1.750 euros, apresentação da colação na plataforma Workstation da ModaLisboa e mentoria por parte da Associação ModaLisboa) e ModaLisboa x Showpress (assessoria de imprensa e showroom na Showpress).

Os repetentes Çal Pfungst e Maria do Carmo Studio passaram à final. Diogo Mestre fecha os seis finalistas

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Niuka Oliveira e Filipe Cerejo

Também foi ao primeiro dia que dois designers emergentes ex-Sangue Novo apresentaram as suas propostas na plataforma Workstation. Niuka Oliveira, 24 anos, natural de São Tomé e Príncipe, que na edição de março venceu o prémio Tintex Textiles, mostrou a sua “Perspective” para a próxima estação quente. É uma coleção em que, de forma literal, pretende abordar “novos pontos de vista”, lê-se no descritivo. As saias fizeram-se compridas, as calças largas e soltas, os tops ora cropped ora longos e fluídos, numa paleta de cores cingida a três cores: branco, vermelho e preto.

Na paleta cromática de Niuka Oliveira predominou o vermelho (em cima). Já Filipe Cerejo, pintou a passerelle de tons neutros, em que o cru e o preto assumiram protagonismo (em baixo)

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Segundos depois, partilhando o espaço no calendário de desfiles, eis Filipe Cerejo, outro já premiado no concurso da ModaLisboa. Inspirado no trabalho do fotógrafo alemão Konrad Helbig, conhecido pelos retratos íntimos de jovens sicilianos, o jovem designer trouxe à passerelle uma fresca perspetiva da moda masculina. Peças em fio de seda meticulosamente tricotado conviveram com provocadoras transparências e calças de alfaiataria clássica alternaram com tecidos cujo movimento acompanha a graciosidade dos gestos. Na coleção “Symposium” destacaram-se também as camisas pouco ortodoxas e os decotes tradicionalmente associados à feminilidade — aqui questionada: afinal, quem dita quem pode usar um top sem alças?

Arndes

Já o estômago alertava para a hora de jantar quando Ana Rita de Sousa, designer da marca Arndes, abria o apetite com uma receita que conhece bem: uma coleção atemporal, coesa e totalmente a partir de tecidos provenientes de deadstock. “Não tenciono criar tendências nem segui-las”, disse ao Observador minutos após o desfile em que mostrou “Freestyle”, mais uma coleção que torna evidente que a preocupação da criadora com a sustentabilidade vai bem além da sazonalidade. Foi o tempo dos cupros, peles reutilizadas, gangas várias (num mosaico levado ao limite num longo trench coat azul-escuro), e um vestido de malha rib proveniente de um sítio inusitado. “É um teste de encolhimento, por isso é que tem lá um pequeno detalhe escrito à mão, que é a fórmula do teste”, revelou.

Ana Rita de Sousa, designer da marca Arndes, apresentou pela quinta vez na ModaLisboa

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

DuarteHajime

“Achava que precisava de uma coisa mais específica”, explicou ao Observador Ana Duarte sobre o rebranding da marca conhecida desde 2015 apenas por Duarte e que passou, agora, a chamar-se DuarteHajime. Nas artes marciais japonesas, Hajime é a palavra que dá início às lutas. A criadora já a tinha escolhido para batizar a coleção passada, inspirada no judo, modalidade que praticou entre os 4 e os 24 anos. Com o início da internacionalização da marca, o simbolismo do nome vem mesmo a calhar. “Tem a ver com movimento e desporto, que tem a ver connosco.” Nesta edição da ModaLisboa, trouxe-nos um desfile com as participações especiais de Sharam Diniz e André Leitão (ator de “Rabo de Peixe”) numa linha inspirada nos jogos de arcade em 8-bit e na estética dos pixéis. “Tinha desejos de fazer uma coisa mais retro.” As linhas mais retas das peças resultaram nas silhuetas sem género a que a marca nos habituou, cortes oversized, e tecidos como algodão orgânico, ganga e polyster reciclado. “Para as jardineiras, inspirei-me no Super Mario e no Luigi”, confessa.

As jardineiras de DuarteHajime inspiraram-se nas personagens de videojogo Super Mario e Luigi

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Mas nem só de moda foi feita a conversa, uma vez que Ana Duarte foi mãe há cerca de um mês. “O meu Filipe”, conta. Como foi equilibrar essa experiência com a apresentação de uma coleção? “Uma aventura”, responde. “Não é fácil, porque a pessoa dorme mesmo muito pouco. Hoje chegou às 21h30, estava ali no backstage e deu-me uma quebra. Normalmente é a hora a que estou na cama.” A criadora contou que tem trabalhado de casa com um auscultador no ouvido, mas por vezes também leva o filho para o atelier de arquitetura dos pais — a partir do qual a própria marca funciona —, onde dorme numa alcova forrada com um padrão criado para a coleção passada da DuarteHajime. “Qualquer dia, quem sabe, já desfila também”, ri-se.

André Leitão, ator de "Rabo de Peixe", desfilou. A apresentação começou com uma serie de modelos a recriarem o ato de jogar jogos de vídeo

MELISSA VIEIRA/OBSERVADOR

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos