No espaço de minutos, foram divulgados dois comunicados – um do Ministério da Economia, naquela que é a primeira vez que o Governo se pronuncia sobre a crise na Web Summit, e outro da própria organização do evento.

O Governo, através do Ministério da Economia, revelou esta terça-feira, em comunicado, que “encetou diligências” para avaliar se o evento tem condições para ser realizado e que os contactos feitos dão a garantia que a cimeira “tem condições para decorrer com normalidade”.

“Face aos recentes acontecimentos relacionados com o Web Summit, o ministro da Economia e do Mar encetou, na passada semana, um conjunto de diligências com os diferentes “stakeholders” do evento, para avaliar a situação e assegurar que continuam a existir as condições necessárias para a edição de 2023”, lê-se na nota enviada pelo ministério de António Costa Silva.

“As informações recolhidas até ao momento, através desses contactos, dão garantias ao Governo de que o Web Summit, que se reveste de enorme importância para o País, tem condições para decorrer com normalidade”, conclui o Ministério, naquela que é a primeira reação pública do Governo à crise que culminou com a demissão do CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave.

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Ouça aqui o episódio do podcast “A História do Dia” sobre a tempestade na Web Summit.

Web Summit #vaicorrertudobem?

“Além do forte impacto na economia local, o evento tem hoje um papel fundamental no contexto da inovação e do desenvolvimento tecnológico do país, e na respetiva transformação digital da economia portuguesa. Esta edição, como todas as outras, terá como principal foco o universo das “startups”, a quem o evento traz oportunidades únicas de desenvolvimento e aprendizagem”, destaca a nota.

O Governo ressalva ainda que se mantém “empenhado na realização” da cimeira em Lisboa, “dando cumprimento ao acordo celebrado com o Web Summit”, não só nesta como “nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto, em particular na mobilização das “startups”, cujo trabalho é fundamental para dar resposta aos desafios do futuro”.

Novo CEO da Web Summit “pendente” de nomeação

Já o comunicado da Web Summit explica que, enquanto não é nomeado um CEO para suceder a Paddy Cosgrave, há uma equipa de gestão que vai supervisionar as operações deste ano em Lisboa.

O legado de Paddy Cosgrave na Web Summit e os desafios que deixa ao próximo CEO

Após a demissão de Paddy Cosgrave do cargo de CEO da Web Summit, a organização explica que há uma equipa de gestão que ficará responsável pelas operações da edição deste ano. “Com a nomeação de um novo CEO pendente, a nossa altamente experiente equipa de gestão está a liderar um grupo global de trabalhadores de 350 pessoas”, é possível ler num comunicado divulgado esta noite.

A equipa é composta por Craig Becker, diretor de eventos, Mike Sexton, diretor de marketing e tecnologia, Nida Shah, diretora de operações, Patrick Kirwan, diretor financeiro e Kevin McDonald, diretor comercial.

São apresentados detalhes sobre o currículo de cada um destes responsáveis. Craig Becker, o diretor de eventos, “vai continuar a supervisionar e a liderar todas as questões ligadas à operação” da Web Summit deste ano em Lisboa. É descrito como “um dos produtores de eventos e gestor de projetos mais experientes da Europa”. Já organizou eventos como a tour europeia de Madonna ou as celebrações do 90.º aniversário da Rainha Isabel II. Becker está ligado há Web Summit há 11 anos.

Mike Sexton, o diretor de marketing e tecnologia, “já teve vários cargos séniores nos seus nove anos na Web Summi”. Já assegurou a supervisão do departamento de engenharia durante a criação das “plataformas online proprietárias que permitiram à Web Summit passar para os eventos online durante a pandemia”. Além disso, também supervisiona o departamento de marketing da companhia.

Nida Shah, a diretora de operações, ocupa o cargo desde 2019 — antes disso, esteve na área financeira. É descrita como a responsável pelo “aumento das operações no negócio, que passaram de 50 para 350 empregados”.

Patrick Kirwan, o diretor financeiro, está na Web Summit há cinco anos, e tem “uma significativa experiência” na expansão de negócios. Já Kevin McDonald, o diretor comercial, é “responsável pelas equipas de startups, investidores, vendas e parcerias e sucesso de clientes”, trabalhando na Web Summit há sete anos.

A equipa vai liderar as operações de uma cimeira que, este ano, espera receber 70 mil participantes e 2.600 startups vindas de 85 países. A organização indica que haverá ainda 800 investidores e 300 parceiros.