Seis funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) foram mortos em apenas 24 horas na Faixa de Gaza, subindo o número de vítimas mortais dentro da organização para 35. O anúncio foi feito pela organização esta segunda-feira. Em duas semanas morreram no atual conflito entre Israel e a Faixa de Gaza mais funcionários das Nações Unidas do que no ano passado em todo o mundo.

Em 2022, segundo a ONU, 32 funcionários associados à manutenção da paz foram mortos em ataques. Na altura, a organização destacava o Mali e a República Democrática do Congo como os países em que se registava o maior número de vítimas. Assim, 2022 foi o nono ano consecutivo em que a Missão Multidimensional Integrada de Estabilização das Nações Unidas no Mali foi a mais mortal para as forças de manutenção da paz, com 14 mortes, seguida por 13 mortes na Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo.

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As mortes contabilizadas no Mali eram quase todas de capacetes azuis — soldados das forças de manutenção da paz das Nações Unidas. As vítimas mortais dos últimos dias na Faixa de Gaza são funcionários civis, que, segundo a ONU, estavam devidamente identificados com o colete e o capacete azul.

O ano passado contavam-se ainda quatro mortes na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana e uma morte na Força Interina das Nações Unidas no Líbano. Ou seja, em 2022, não se registaram mortes de funcionários da ONU na Faixa de Gaza.

Esta segunda-feira, António Guterres, secretário-geral da ONU, lembrou os milhares de civis que já perderam a vida no atual conflito israelo-palestiniano e destacou a morte dos 35 funcionários das Nações Unidas em Gaza, desde 7 de outubro.

Nos últimos 12 anos, morreram, no total, 494 funcionários das Nações Unidas em ataques armados. Em 2014, as bandeiras dos campos e instalações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina foram colocadas a meia haste em homenagem aos 11 funcionários da ONU mortos em bombardeamentos em Gaza, bem como na Síria e noutras operações no terreno.

Até agora, 2014 tinha sido o ano mais mortal no conflito Israel-Palestina, com pelo menos 2.251 vítimas mortais em Gaza, segundo dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários. O Hamas diz que já morreram, no atual conflito, pelo menos 5.791 palestinianos em Gaza — incluindo 2.630 crianças.