O Departamento de Estado dos EUA diz que Washington não encontrou, até agora, evidências de crimes de guerra cometidos pelas forças israelitas na sua ofensiva, na Faixa de Gaza, contra o Hamas. A informação está a ser avançada pelo Times of Israel.
Quando confrontado com as alegações da ONU, que defende que Telavive tem vindo a cometer crimes de guerra em Gaza, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, adiantou que os EUA não têm evidências dessa situação e avisou: “Não vou entrar nos detalhes desses processos”.
Recorde-se que o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos afirmou, esta quarta-feira, que Israel cometeu crimes de guerra, tanto no que diz respeito aos ataques a civis, como no que diz respeito à deslocação forçada de palestinianos para o sul da Faixa de Gaza. “A punição coletiva de civis palestinianos por parte de Israel constitui, também, um crime de guerra, tal como a evacuação forçada e ilegal de civis“, disse Volker Türk.
Destruição de casas em Gaza é “crime de guerra”, acusa relator especial da ONU
O responsável da ONU ressalvou, na mesma intervenção, que o Hamas também cometeu crimes de guerra nos ataques de 7 de outubro. “As atrocidades perpetradas por grupos armados palestinianos a 7 de outubro foram hediondas, brutais e chocantes. Foram crimes de guerra, assim como a manutenção contínua de reféns”, afirmou Türk.
No mesmo dia, o relator especial da ONU para o Direito à Habitação Adequada afirmou que 45% das habitações em Gaza foram destruídas por bombardeamentos israelitas, o que pode constituir um crime de guerra. Lançar ataques “sabendo que irão destruir e danificar sistematicamente casas e infraestruturas civis, tornando uma cidade inteira inabitável para civis, é um crime de guerra”, sublinhou Balakrishnan Rajagopal, acrescentando que estes ataques são “crimes contra a humanidade” e estão “estritamente proibidos” pelo Direito Internacional Humanitário.
O Ministério da Saúde palestiniano alega que as forças armadas israelitas já fizeram mais de 10 mil mortos na faixa de Gaza. Os responsáveis pela governação de Gaza dizem que mais de 4 mil mortos são crianças.
