17 golos marcados, três sofridos, cinco vitórias consecutivas. O Manchester City está atualmente no melhor momento da temporada, já apurado para os oitavos de final da Liga dos Campeões e sem perder pontos na Premier League há mais de um mês. Ainda assim, ao contrário do que aconteceu muitas vezes nos últimos anos, os principais rivais também não têm perdido muitos pontos: e a equipa de Pep Guardiola chegava à visita ao Chelsea, este domingo, a precisar de pontuar para manter a liderança isolada na sequência das vitórias do Liverpool e do Arsenal.

Do outro lado, o Chelsea vinha de uma goleada contra o Tottenham, conquistada nos últimos minutos e com os spurs em inferioridade numérica durante muito tempo, mas só tinha vencido dois dos últimos quatro jogos e pelo meio empatou com o Arsenal e empatou com o Brentford. Ou seja, a equipa de Mauricio Pochettino teria de fazer bem melhor do que nos últimos tempos, principalmente em Stamford Bridge, para conseguir colocar sequer o resultado em causa.

Foi por isto que ficou sem camisola ao intervalo: Halaand bisa e coloca Manchester City nos oitavos da Liga dos Campeões

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“O Chelsea continua a ser um dos clubes mais importantes da Premier League. Ganharam a Liga dos Campeões contra nós há pouco tempo. É verdade que não estiveram perto de ser campeões nos últimos anos, mas são das equipas mais fortes, não há dúvidas. São agressivos, têm bons padrões, são dos adversários mais difíceis que temos durante a temporada toda. Vamos tentar manter o nosso nível, mas o Chelsea vai voltar a lutar por títulos mais cedo ou mais tarde”, explicou Guardiola na antevisão da partida, com Pochettino a defender que o Manchester City é “a melhor equipa do mundo”.

“São a melhor equipa, têm a melhor equipa técnica, o melhor treinador. Quando aparecem resultados como os que eles têm é porque as coisas estão a ser bem feitas, do topo até ao último nível. Temos de dar crédito a toda a organização. Vai ser um desafio, queremos ser competitivos e vamos tentar fazê-lo. Queremos os três pontos, é o mais importante para nós. Mas o Chelsea nunca pode sentir-se o elo mais fraco. Somos o Chelsea, a história está lá. Não podemos ir para o jogo e dizer que somos as vítimas. Temos de ir e tentar ser protagonistas”, comentou o treinador argentino.

Tottenham goleado e Manchester City é o novo lider da Premier League

Assim, o City apresentava-se com Bernardo Silva e Julián Álvarez no apoio a Haaland, com Jérémy Doku na ala esquerda e Phil Foden do lado contrário, e deixava Jack Grealish e Matheus Nunes no banco. No Chelsea, Cole Palmer, Connor Gallagher e Sterling surgiam nas costas de Nicolas Jackson, com Caicedo e Enzo no meio-campo, e o ucraniano Mudryk era suplente.

O Chelsea até começou melhor, criando mais oportunidades e encontrando mais espaço nos minutos iniciais, mas o City abriu o marcador ainda dentro da meia-hora inicial e através de uma grande penalidade, com Haaland a converter o castigo máximo depois de uma falta de Cucurella sobre o próprio norueguês na área dos blues (25′). A resposta londrina foi imediata, com Thiago Silva a aparecer a cabecear na sequência de um canto na direita para empatar (29′) e a tornar-se apenas o quarto jogador com 39 ou mais anos a marcar na Premier League depois de Teddy Sheringham, Dean Windass e Ryan Giggs.

A equipa de Mauricio Pochettino deu a volta ao marcador ainda na primeira parte, com Sterling a surgir na pequena área a desviar um cruzamento mortífero de Reece James na direita (37′), mas o jogo estava vivo e os descontos trouxeram novamente o empate, com Manuel Akanji a cabecear na área na sequência de um passe de Bernardo (45+1′). Ao intervalo, estava tudo empatado em Stamford Bridge — e, pela primeira vez desde 1994, um jogo entre Chelsea e Manchester City tinha tido dois golos de cada equipa na primeira parte.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o City recuperou a vantagem logo nos primeiros instantes da segunda parte, com Haaland a finalizar um contra-ataque após passe de Álvarez (47′). Guardiola foi o primeiro a mexer, trocando Doku por Grealish, e Pochettino respondeu pouco depois com as entradas de Mudryk e Malo Gusto. Numa das primeiras ações que teve no jogo, o ucraniano desequilibrou na esquerda e a bola chegou até Gallagher, que rematou forte para defesa atenta de Ederson; na recarga, Jackson marcou e voltou a empatar (67′).

Guardiola reagiu à nova igualdade com a entrada de Kovacic, que substituiu Álvarez, e a loucura do jogo prolongou-se praticamente até ao fim: Rodri rematou à entrada da grande área, a bola desviou em Thiago Silva e traiu Robert Sánchez (86′), e Rúben Dias fez grande penalidade sobre o recém-entrado Armando Broja já nos descontos. Cole Palmer não falhou na conversão e não festejou (90+5′), por ter sido formado no adversário, fechando o jogo num empate brutal com oito golos e indefinição até ao fim.

Chelsea e Manchester City empataram em Stamford Bridge no jogo mais espetacular da Premier League até agora, entre a prova clara de que os blues estão a crescer enquanto equipa e de que os citizens estão longe de ser imbatíveis. Com este resultado, a equipa de Guardiola fica com apenas um ponto de vantagem em relação a Arsenal e Liverpool na liderança da classificação, com o conjunto de Pochettino a manter-se no 11.º lugar.