A subvenção do Ministério da Defesa para a Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA) vai ser aumentada em 60 mil euros no próximo ano, anunciou, esta segunda-feira, a ministra Helena Carreiras, que inaugurou o arquivo desta associação.

A governante adiantou que a atual subvenção atribuída pela tutela à ADFA, “no valor de 336 mil euros, será aumentada em 2024 para 396 mil euros, correspondendo a um acréscimo significativo de 60 mil euros”.

Este anúncio foi feito na cerimónia de comemorações dos 30 anos da inauguração da sede nacional da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), em Lisboa, e do 49.º aniversário da publicação ELO, o jornal desta associação, que é disponibilizado em formato físico, digital e áudio para os associados com deficiência visual.

Este aumento atesta o valor e mérito da ADFA na luta pelos direitos dos deficientes militares e a sua importância para a elaboração de políticas públicas a este respeito”, sustentou a ministra.

A associação foi fundada em 14 de maio de 1974, 19 dias após a Revolução dos Cravos, e inicialmente sediava-se no Palácio da Independência, em Lisboa. Mas a ADFA teve que sair deste local e em maio de 1989 começaram as obras na atual sede, que viria a ser inaugurada em novembro de 1993.

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A ADFA tem uma importância crucial para a história e democracia do nosso país, graças, em grande medida, à sua postura de saber conjugar reivindicação e luta por direitos com institucionalismo e suprapartidarismo”, salientou Helena Carreiras na sua intervenção.

Antes, a ministra esteve cerca de uma hora a visitar alguns dos andares da sede nacional e inaugurou o arquivo da ADFA, intitulado “Repositório de Memórias. Um contributo para a história de Portugal”.

Este arquivo — que conta, assim, para além de apoio técnico e financeiro, com o alto patrocínio do Ministério da Defesa Nacional — constitui um importante garante de prova, guarda e preservação da memória histórica para ajudar à compreensão e disseminação de facetas frequentemente desconhecidas ou ocultadas da Guerra Colonial”, sublinhou.

O presidente da Direção Nacional da ADFA, José Santa Clara Gomes, enalteceu os 30 anos de um “edifício emblemático” que é “o realizar de um sonho e o resultado de um esforço coletivo”, reconhecendo as diversas entidades que ao longo dos anos contribuíram para a sede, como a Câmara Municipal de Lisboa, “os ministérios da Defesa Nacional e do Emprego e Segurança Social”, o Exército e os associados.

Defendendo que as memórias são “recordações vivas e pedaços de vida que não devem desaparecer”, o dirigente enalteceu a criação do arquivo da ADFA e agradeceu à ministra a contribuição para este projeto.

“Mais uma vez, não para nós, mas para todos os que acreditam que quem não aprende com a história está condenado a repeti-la”, considerou.

Helena Carreiras lembrou ainda que o Estatuto do Antigo Combatente foi aprovado há cerca de três anos e que, desde então, foram entregues mais de 410 mil cartões de Antigo Combatente, que “o Plano de Ação de Apoio aos Deficientes Militares tem apoiado mais de 1.800 deficientes militares e cuidadores” e que a Rede Nacional de Apoio tem apoiado mais de 860 pessoas “no âmbito do stress pós-traumático — incluindo filhos, órfãos, viúvas e viúvos de Antigos Combatentes”.