O Rei Carlos III estará a lucrar com os bens de milhares de mortos que não deixaram testamento ou que não tenham parentes próximos, revelou uma investigação publicada pelo The Guardian na quinta-feira. O Ducado de Lancaster, propriedade que rende lucros elevados para o monarca, terá recolhido “dezenas de milhões de libras” em anos recentes, num sistema que data aos tempos feudais, de acordo com o jornal britânico.

Estes bens, conhecidos como bona vacantia, representam mais de 60 milhões de libras (cerca de 69 milhões de euros), recolhidos ao longo dos últimos 10 anos pelo Ducado de Lancaster. Depois de deduzidos os custos de manutenção da propriedade, os rendimentos bona vacantia seriam supostamente doados a instituições de caridade, mas documentos internos a que o jornal britânico teve acesso revelam que apenas uma pequena percentagem lhes é, de facto, atribuída.

De acordo com o The Guardian, os fundos estarão “secretamente” a ser usados para financiar a renovação de propriedades privadas do Rei que são alugadas para rendimentos privados, contribuindo para que se tornem mais rentáveis, o que por sua vez beneficia o monarca.

Carlos III herdou o Ducado de Lancaster, propriedade real desde a Idade Média, após a morte de Isabel II. No ano fiscal após a morte da Rainha — o primeiro em que a propriedade passou para o atual monarca —, gerou 26 milhões de libras (cerca de perto de 30 milhões de euros) em receitas privadas.

Carlos III celebra 75 anos com um novo projeto e à espera de um telefonema de Harry

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR