O músico e cantor Shane MacGowan, mais conhecido como vocalista dos The Pogues, morreu aos 65 anos. A notícia foi avançada pela mulher, Victoria Mary Clarke, através do Instagram.

A BBC acrescentou que MacGowan “morreu pacificamente às 3h30 da manhã desta quinta-feira (30 de novembro) com a sua mulher e irmã ao seu lado”. A causa da morte não é especificada, mas o músico irlandês tinha sofrido de vários problemas de saúde nos últimos anos e estava internado desde julho num hospital em Dublin, na Irlanda. Tinha tido alta há poucos dias, soube-se através de uma partilha em que celebrava o quinto aniversário de casamento.

MacGowan, considerado um dos melhores letristas do seu tempo, era líder, mentor e alma da banda inglesa desde a sua fundação. Os Pogues, que além de Shane MacGowan incluia Spider Stacy, Jem Finer e James Fearnley, estrearam-se com o álbum Red Roses for Me, em 1984, e tornaram-se figuras de relevo na cena musical da altura. Seguiriam-se os álbuns Rum Sodomy & the Lash (1985) e If I Should Fall From Grace With God (1988), misturando influências punk com elementos da música tradicional celta. “Tornou-se óbvio que tudo o que podia ser feito com um formato de rock padrão já tinha sido feito, normalmente muito mal”, disse o músico e vocalista à NME em 1983, quando os Pogues estavam a começar.

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O grupo ficou conhecido do grande público sobretudo pelo tema The Fairytale of New York, clássico natalício interpretado por Shane MacGowan e pela cantora inglesa Kirsty MacColl. Curiosamente, MacGowan nasceu a 25 de dezembro de 1957, em Inglaterra. Os seus pais eram imigrantes irlandeses.

Apesar de ter levado uma vida de excessos — de álcool a drogas — MacGowan disse, numa das suas últimas entrevistas, que apesar da reputação de “ter um desejo de morte”, queria viver. “Claro que gosto da vida”, disse ao The Guardian, em 2022.

Em Portugal, os Pogues tocaram pela primeira vez no país, em 1989, no então Pavilhão das Antas, no Porto, e no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Dois anos depois, a vida excessiva do carismático frontman acabaria por ditar o seu afastamento da banda. O grupo ainda gravaria dois discos sem McGowan, mas longe do que era o punk celta dos Pogues. A banda voltou a reunir-se com Shane MacGowan no início dos anos 2000 para alguns concertos.