“Sei que tudo o que aconteceu não é absolutamente culpa vossa, nem de mais ninguém, exceto do Hamas — que o seu nome e a sua memória sejam apagados da face da terra.” Iris Haim escreve estas linhas aos soldados israelitas que, por se terem sentido ameaçados, mataram três reféns israelitas quando estes avançavam na sua direção com uma bandeira branca. O filho de Iris, Yotam, era um dos três reféns.

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“Sou a mãe de Yotam”, lê-se na carta divulgada pelo Times of Israel. “Queria dizer-vos que vos amo muito e que vos abraço aqui de longe.”

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Iris escreve que nem ela, nem o marido Raviv, nem os filhos estão zangados. “Sempre que tiverem oportunidade, são bem-vindos a nossa casa. É tão difícil e doloroso dizer isto, mas provavelmente fizeram o que era certo naquele momento”, escreve a mãe de Yotam, que também garante que ninguém na família julga os soldados.

“Quero que tenham cuidado convosco e que pensem sempre que estão a fazer a melhor coisa do mundo, a melhor coisa que poderia acontecer, que nos poderia ajudar. Porque todo o povo de Israel e todos nós precisamos de vocês saudáveis.”

A carta continua e Iris deixa um conselho: “Não hesitem nem por um segundo se virem um terrorista. Não pensem que mataram um refém deliberadamente. Têm de cuidar de vocês próprios, porque só assim podem cuidar de nós.”

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Yotam Haim tinha 28 anos e era músico, fã dedicado de música metal e idolatrava a banda Megadeth. Tocava bateria há 20 anos e fazia parte de uma banda, a Persephore, com a qual tinha um concerto agendado em Telavive a 7 de outubro, dia dos ataques do Hamas.

Nessa manhã, ainda telefonou à sua família, e disse-lhes que tinha a casa a arder. Quando abriu uma janela foi raptado.