As autoridades não excluem a hipótese de ter sido um envenenamento a provocar a morte de uma criança de sete anos e também a mãe, de 48 anos, que acabou por morrer esta segunda-feira. Está descartada a primeira hipótese que foi avançada neste caso, que era de uma intoxicação alimentar grave, causada pelo consumo de almôndegas de carne e o jornal Público escreve esta quinta-feira que está a ser investigada a “substância química” que causou as duas mortes – e um possível envenenamento é um “cenário plausível”.

A investigação deste caso, que ocorreu em Coimbra, está em curso e em segredo de justiça. As autoridades sanitárias estão a tentar apurar qual será a substância que causou a morte a estas duas pessoas. Já na quarta-feira a CNN Portugal dizia que a Polícia Judiciária estava a investigar um “agente químico” que terá provocado a falência cardíaca fatal. O Correio da Manhã, porém, escrevia que, “para já”, está afastada pela polícia a hipótese de crime.

Esse cenário contrasta com aquilo que noticia o Público, esta quinta-feira. Foram enviadas para um laboratório no estrangeiro amostras de material biológico dos doentes e, a confirmar-se que foi uma substância química a provocar as duas mortes, as autoridades irão tentar apurar se a substância foi ingerida no jantar da família ou noutro contexto. Depois, será necessário perceber se a substância foi administrada propositadamente por alguém ou se aconteceu por engano. Ou seja, a informação do Público não vai no sentido de ter sido afastado o cenário de possível crime.

Depois de dois dias internado, um rapaz de sete anos que deu entrada nos Hospitais da Universidade de Coimbra com sintomas semelhantes a uma intoxicação alimentar acabou por morrer. A mãe, engenheira química de 48 anos, esteve vários dias em estado crítico, nos cuidados intensivos, mas também acabou por morrer esta segunda-feira, dia de Natal. Já o pai, de 44 anos, e um irmão mais velho, de 12 anos, tiveram alta, mas estiveram sob constante vigilância médica.

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O caso terá começado na quinta-feira, feriado de 8 de dezembro. Os quatros elementos da família manifestaram sintomas como vómitos e fraqueza. Na sexta-feira, mantiveram-se em casa mas, no sábado, dirigiram-se ao Hospital Pediátrico de Coimbra para que o filho mais novo, e o que apresentava um quadro sintomático mais grave, fosse examinado. A criança foi internada e o filho mais velho ficou sob observação.

Criança com sintomas de intoxicação alimentar morre em Coimbra. PJ está a investigar o caso

Os pais foram transferidos para o Hospital da Universidade de Coimbra, onde a mãe ficou internada, e para onde foi depois encaminhado também a menino de sete anos, que acabaria por morrer. Foram analisadas amostras das almôndegas que a família comeu na noite de quinta-feira, e que terão sido feitas com carne picada comprada pela mãe num supermercado local. Mas esse cenário de intoxicação alimentar, de origem bacteriológica, terá sido descartado.

A mãe, Margarida Faria, era filha de Manuel Machado Faria, que foi diretor da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC – IPC) entre 1996 a 1997 e Presidente do Conselho Diretivo de 1997 a 2004. Manuel Machado Faria morreu há poucos meses, em março de 2023.