A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defendeu esta terça-feira que Portugal só poderá ser um país desenvolvido se houver uma aposta na investigação e no conhecimento, que deverá ser transferido das academias para as empresas.
Nós consideramos que não há desenvolvimento sem conhecimento, sem investigação, se nós não apostarmos e não investirmos nas nossas instituições de ensino superior, nos nossos centros de conhecimento e entidades de interface. Nunca seremos um país desenvolvido se a nossa marca não for a de sermos competitivos, com empresas de base tecnológica e com atividade baseada em conhecimento”, salientou.
Ana Abrunhosa marcou presença, ao final da manhã desta terça-feira, na cerimónia de assinatura do acordo de parceria entre a Universidade de Coimbra (UC) e a empresa Empowered Startups, para cooperação na atração de investidores internacionais em atividades de investigação e desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia.
Na sua intervenção, a ministra da Coesão Territorial assinalou a importância deste tipo de parcerias, que faz com que as empresas nasçam logo globais.
No seu entender, as instituições de ensino superior têm um papel essencial enquanto formadores das novas gerações e “catalisadores de mais e melhor conhecimento”, mas são, acima de tudo, “responsáveis pela transferência desse conhecimento para fora dos muros da Academia”, permitindo que ele chegue à sociedade e possa ser aplicado nas empresas.
E isto não é só para os setores de ponta, é verdade para todos os setores: é verdade para os setores tradicionais, para a agricultura, para a floresta, para todas as indústrias, para o serviço. Isto é uma verdade que é transversal a todos os setores de atividade”, sustentou.
Minutos antes, também o diretor de parcerias e projetos em Portugal da Empowered Startups, Francesco Berrettini, destacou o papel destas parcerias para os empreendedores com quem trabalham, deixando o compromisso de ajudarem a atrair investimento e pessoas qualificadas, para que daí possam nascer “novas empresas com potencial global”.
Já o reitor da Universidade Coimbra, Amílcar Falcão, apontou que o acordo celebrado com a Empowered Startups vem ao encontro de uma das missões da Universidade de Coimbra, que passa pela “transferência de conhecimento para a sociedade”.
“Somos uma universidade de referência, com elevado número de patentes e muitos projetos capazes de criar valor. E acredito que esta parceria pode trazer frutos bastante positivos para todas as partes”, acrescentou.
Amílcar Falcão mostrou-se ainda preocupado com a taxa de emigração dos jovens formados portugueses, que “fora do país são muito bem aceites”. “Primeiro temos de fazer com que não saiam e depois fazer com que regressem. Isso consegue-se com estas parcerias”, concluiu.
Fundada em 2009 em Vancouver, no Canadá, a Empowered Startups tem como missão ligar o trabalho das universidades com o mundo empresarial, ajudando investigadores e empreendedores a comercializar a inovação.
Desde a fundação, já apoiou mais de 2.600 empreendedores e contribuiu para a criação de mais de 450 ‘startups’ em vários continentes.
Em Portugal desde 2019, o objetivo da empresa é o de atrair para o país profissionais altamente qualificados, com experiência no empreendedorismo e capacidade para liderarem negócios e investirem em projetos de investigação científica.
Em fevereiro de 2023, a empresa entregou ao Governo uma Carta de Compromisso onde prometeu atrair dez milhões de euros e 150 empreendedores para Portugal até 2025.