A União Europeia anunciou, em 2022, o fim da autorização para comercializar novos veículos equipados com motores de combustão em 2035, medida que surgiu após um contínuo limitar gradual das emissões de CO2, que já tinha sido iniciado em 2015 e que foi ratificado por todos os países da União. Mas o European People Party (EPP) tem outras ideias e alimenta a possibilidade de reverter o fim dos motores de combustão.

O EPP é o maior partido do Parlamento Europeu (PE) desde 1999 e do Conselho Europeu (CE) desde 2022, sendo Ursula von der Leyen (presidente do CE) e Roberta Metsola (presidente do PE) seus membros. Na passada semana, a publicação europeia Euractiv divulgou uma espécie de programa deste partido de centro-direita em que os responsáveis não só afirmam rejeitar “a proibição anunciada para os motores de combustão”, como se comprometem “a revê-la assim que possível”.

Jens Gieseke, o advogado alemão que é dirigente do EPP, contesta desde há muito o fim dos motores de combustão, sensível que é ao lobby germânico dos construtores de veículos. E foi provavelmente devido à pressão do seu partido que, depois de afastar por completo a comercialização de veículos com motores de combustão, que emitam CO2, a UE cedeu às pressões da Alemanha ao permitir veículos com motores de combustão que consumam combustíveis sintéticos neutros em carbono, produzidos a partir de carbono capturado e hidrogénio gerado pela electrólise da água.

Há que ter em conta que ser “neutro em carbono” é completamente diferente de “não emitir carbono” e que os motores que queimam combustíveis sintéticos continuam a emitir substâncias cancerígenas, a começar pelos NOx. Veja em baixo a defesa dos motores de combustão, isto é do lobby alemão, pelo responsável pelo EPP em 2022:

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