Em condições normais, olhando para aquilo que era a agenda previamente definida, André Villas-Boas teria apenas o próximo momento público na quinta-feira quando fizesse a apresentação do CFO da sua lista, José Pedro Pereira da Costa, antigo administrador financeiro da NOS com passagens pela PT, pela ZON e como administrador não executivo da SportTV. No entanto, e aproveitando aquilo que são os momentos em que a sede de campanha (que é quase um Museu do FC Porto) está aberta, o antigo treinador trouxe três antigos campeões europeus ao espaço para confraternizarem com sócios e adeptos e, ao mesmo tempo, ter um ponto que permitisse marcar um dia onde as atenções estão centradas na recandidatura de Pinto da Costa.

“Estou aqui hoje pelos motivos que estive na apresentação da candidatura do André, pela amizade que tenho por ele e porque acredito que o André é o futuro do FC Porto. A minha posição é clara desde o início e aproveito para relembrar que estou aqui a favor do FC Porto, portanto não estou contra ninguém. Estou a favor do FC Porto e a apoiar o André, para tentar ter o meu FC Porto de volta”, comentou o antigo capitão Jorge Costa, atual treinador do AVS que este sábado perdeu com o Torreense mas continua ainda nos lugares de promoção. “Operação Pretoriano? Tenho acompanhado com muito atenção. Não vou fazer muitos comentários mas acredito na Justiça portuguesa e vamos esperar para ver”, acrescentou aos jornalistas.

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“O André trabalhou com o Bobby Robson e com o Mourinho, numa posição que estava muito mais próximo dos jogadores, o que fez com que houvesse uma ligação mais forte. Entretanto, como treinadores, eu no Olhanense e ele na Académica, fui substituí-lo na Académica e fomos tendo sempre uma ligação muito próxima e falando. Não somos os melhores amigos do mundo mas temos ideias muito próximas. Voltar ao FC Porto? Fui jogador de futebol, neste momento sou treinador de futebol e desde que me lembro o futebol faz parte da minha vida. Se acharem que eu sou útil ao futebol e se virem em mim capacidade para estar ligado ao futebol. Isso é algo que gosto muito porque é a única coisa que sei fazer verdadeiramente na vida, estar ligado ao futebol”, comentou Jorge Costa. “Blindar grupo? Nunca passei como capitão de equipa por uma situação de eleições mas todos os candidatos querem o bem do FC Porto e da equipa”.

“Vou citar uma frase de um grande senhor da nossa poesia, o Miguel Torga, na qual dizia que o único partido que nós temos é a nossa liberdade. O André é um amigo, há já muitos anos. Além disso estou aqui a apoiar um projeto que é credível, que é transparente, no qual me revejo, que é futurista, tem rigor e, acima de tudo, quer transportar os valores do FC Porto para ser um clube mais moderno, para catapultar os jovens que gostam e querem ser do FC Porto, revendo-se naquilo que André Villas-Boas tem em mente e obviamente vai colocar em prática se for eleito”, salientou também Maniche, outro dos campeões europeus presente. “Acreditamos num projeto, seguimos os nossos princípios e os nossos valores e vamos atrás dos mesmos. Para apoiar um candidato, não significa que sejamos inimigos dos outros. Revejo-me nas ideias que o André Villas-boas tem para o futuro do FC Porto. Não significa que deixemos de reconhecer, ter gratidão e respeito pelo presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, que também a mim me deu muito”, frisou o ex-médio.

“Conheço o André desde que ele começou como observador do FC Porto, quando eu estava na equipa principal em 2002/03 e formámos uma amizade muito forte. Depois, coincidimos também no Chelsea, reforçámos a amizade, ele foi ao meu casamento. É uma amizade de longa data, uma amizade pura. É nestes momentos que devemos mostrar essa amizade e acreditar naquilo que ele tem que coincide com os nossos valores e princípios. Disponível para voltar? Sempre que o FC Porto precisou dos meus serviços, eu estive ao serviço do FC Porto desde que terminei a minha carreira. Estive no Porto Canal, no ano passado, por isso sempre que o FC Porto queira os meus serviços, eu estarei disponível”, comentou ainda Maniche.

Também Nuno Valente, vencedor da final da Champions de Gelsenkirchen de 2004 frente ao Mónaco que ganhara antes a Taça UEFA diante do Celtic, marcou presença no espaço. “Estou aqui para apoiar esta candidatura do André, com quem tenho uma longa amizade, é uma pessoa que admiro e respeito. Estou aqui como conhecedor das suas características e da sua maneira de ser e para que tenha sucesso e seja presidente do FC Porto. Apresentação de Pinto da Costa? É bom sinal, o importante agora é saber as ideias do André e do presidente e quem ganha com isto é o clube. Quando for a altura das eleições, as pessoas terão consciência do que se passa e terão de tomar uma decisão. O André pode ser um forte candidato”, destacou.

“Não sou sócio do FC Porto mas estou aqui para apoiá-lo. Fui muito feliz no FC Porto e certamente que ele é a pessoa certa para uma mudança no clube. Ele já esteve em muitas reuniões e também é importante saber o que se passa no clube e estar preparado para ser presidente. O FC Porto precisa de algumas coisas e o André está preparado para isso. Se estou disponível para voltar ao FC Porto? Estou disponível, é óbvio que se puder ajudar o André e ele sentir essa necessidade, seria sempre agradável regressar ao FC Porto. Tenho uma grande admiração pelo clube e pelos sócios”, acrescentou ainda o antigo lateral esquerdo internacional.