A taxa de desemprego em 2023 fixou-se em 6,5%, duas décimas abaixo do que previa o Governo (6,7%), mas mais quatro décimas do que em 2022. Especificamente no último trimestre do ano, a taxa acelerou face ao trimestre anterior, para 6,6%.

Segundo as estatísticas do emprego divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira, “a taxa de desemprego foi de 6,5% e a taxa de subutilização do trabalho foi de 11,7%, tendo ambas aumentado em relação a 2022 (0,4 p.p. e 0,1 p.p., respetivamente)”.

Em 2023, tanto a população empregada como a desempregada aumentaram, mas a segunda subiu mais (8,6%, para 346,6 mil) do que a primeira (2% para 4.978,5 mil pessoas).

Para a variação anual da população empregada, o INE diz que contribuíram, principalmente, os acréscimos do emprego nas mulheres (53,1 mil; 2,2%); nas pessoas dos 55 aos 64 anos (35,4 mil; 3,8%); nas que têm ensino superior (46,4 mil; 2,9%); empregados no setor dos serviços (75,6 mil; 2,2%), sobretudo no conjunto das atividades de “Alojamento, restauração e similares” (36,2 mil; 12,4%), que representou 47,9% da variação do sector; trabalhadores por conta de outrem (109,2 mil; 2,6%), com contrato sem termo (56,9 mil; 1,6%); e empregados a tempo completo (69,6 mil; 1,5%).

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No caso dos jovens, a taxa de desemprego também aumentou face a 2022: mais 1,2 pontos percentuais para 20,3%.

Por outro lado, a taxa de desempregados de longa duração caiu 7,4 p.p. para 37,7%.

Desemprego acelera no final do ano

No último trimestre do ano, a taxa de desemprego foi estimada em 6,6%, mais 0,5 p.p. do que no terceiro trimestre e valor igual aos mesmos três meses de 2022.

A população empregada diminuiu 0,7% face ao trimestre anterior, mas subiu 1,6% em relação ao trimestre homólogo de 2022. Já a população desempregada cresceu 8,7% e 3%, respetivamente.

O INE indica, ainda, que no quarto trimestre, 18,6% das pessoas indicaram ter trabalhado em casa, acima dos 17,5% do terceiro trimestre. Quanto à frequência com que o fazem, o peso das pessoas que dizem ter trabalhado “sempre” em casa baixou, de 26,9% para 25,7%, assim como os que dizem trabalhar em casa “pontualmente”, de 16,1% para 14,8%.

Também desceu  o peso dos que trabalham em casa “regularmente mediante um sistema que concilia trabalho presencial e em casa”, de 37,4% para 34,6%. Por outro lado, subiu muito o peso dos que dizem que o trabalho em casa foi realizado fora do horário de trabalho — de 19,1% para 24,4%.

Dentro dos que trabalham em casa, a grande maioria esteve em teletrabalho, ou seja, utilizou tecnologias de informação e comunicação para desempenhar funções. Este regime”abrangeu 17,8% do total da população empregada, mais 1,2 p.p. do que no trimestre anterior e mais 0,9 p.p. do que em igual período de 2022″.

Escolaridade com ensino superior ainda está abaixo da meta europeia para 2020

Em 2023, a taxa de escolaridade do ensino superior (a proporção da população dos 30 aos 34 anos com ensino superior) fixou-se em 39%, um ponto percentual aquém da meta definida na estratégia decenal da UE Europa 2020 (40%). O INE frisa que, porém, face a 2011, melhorou: nessa altura estava a 13,1 p.p. da meta.

Já no que toca ao abandono escolar e de formação precoce atingiu os objetivos: 9,1%, quando a meta é de 10%.

Já a Estratégia Portugal 2030, definiu indicadores sobre educação que devem ser atingidos até àquele ano: neste caso, o INE diz que os dois indicadores mais próximos da meta foram a proporção da população desempregada dos 25 aos 64 anos em educação ou formação nas últimas quatro semanas (17,9%), “que se encontrava a 2,1 p.p. do objetivo mínimo de 20%, e a proporção da população dos 20 aos 24 anos com, pelo menos, o ensino secundário (87,3%) que se encontrava a 2,7 p.p. do objetivo mínimo de 90%”.