A Shell chocou os utilizadores de automóveis e camiões eléctricos a fuel cell de hidrogénio, bem como os respectivos construtores dos veículos, ao anunciar o encerramento da sua rede de postos de abastecimento deste gás na Califórnia, num total de 55, distribuídos por sete estações sob a marca Shell Hydrogen. O gigante britânico parece, assim, virar as costas a uma tecnologia que sempre foi vista como possuindo grande potencial tecnológico, mas continua a não ver crescer o número de veículos disponibilizados no mercado a fuel cells, nem ver aumentar de forma evidente o número de fabricantes a investir nesta solução, resumindo-se sobretudo à Toyota e à Hyundai.

A gigante Shell, que é desde o início uma das maiores empresas petrolíferas do mercado, tem vindo a investir fortemente para evoluir de fornecedora de combustíveis fósseis para fornecedora de energia, nas suas mais variadas formas. Os investimentos na produção de electricidade e na consequente rede de abastecimento de veículos eléctricos foram notórios, tal como os fundos despejados na rede de abastecimento de hidrogénio, com mais de 98% de pureza para poder ser utilizado nas fuel cells dos veículos eléctricos que produzem a bordo a electricidade de que necessitam.

SF hydrogen fueling stations are closing permanently
byu/NowProveIt insanfrancisco

Como é habitual no mundo dos negócios, nem todos os investimentos correm de feição, mas quando correm muito mal, nem mesmo as maiores empresas do mundo conseguem justificar perdas sucessivas num sector em que não se vislumbra uma boa notícia a curto ou médio prazo, ou alterações que tornem a tecnologia mais sustentável ou com potencial reforçado. Vem isto a propósito dos veículos eléctricos movidos pela electricidade que produzem a bordo com recurso às células de combustível a hidrogénio, as tradicionais fuel cells.

Os modelos com esta tecnologia montam tanques que abastecem com 5 a 10 kg (consoante o tipo de veículo e a autonomia pretendida) de hidrogénio, recorrendo a postos de abastecimento que são particularmente caros, sobretudo se tiverem em anexo uma unidade para a produção de hidrogénio pela electrólise da água, alimentada com energia verde. E de acordo com os especialistas desta área, esta é a melhor forma de alimentar os postos de abastecimento. Resta saber se, para a Shell, esta decisão de abandonar o hidrogénio fica limitada à Califórnia ou a todos os EUA, sendo igualmente importante conhecer qual a estratégia a adoptar para a Europa.

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