Luuk de Jong nunca esteve na primeira linha dos avançados europeus. Passou por Twente, Borussia Mönchengladbach, Newcastle, PSV e Sevilha e até foi solução de recurso do Barcelona num empréstimo de uma temporada. Voltou ao PSV em 2022, amealhando várias internacionalizações pelos Países Baixos pelo meio, e tem sido em Eindhoven que tem vivido alguns dos melhores momentos da carreira.

Atualmente com 33 anos, o avançado tem sido uma das figuras de uma época impressionante dos neerlandeses: estão na liderança da Eredivisie com mais 10 pontos do que o Feyenoord, superaram a fase de grupos da Liga dos Campeões e levam 17 vitórias consecutivas no Campeonato. De Jong já marcou 27 golos desde o início da temporada, 13 deles de cabeça — algo que vinca ainda mais o facto de ser o mais mortífero cabeceador das principais ligas europeias desde 2008, já que ninguém marcou mais do que os seus 77 golos de cabeça no mesmo período.

Filho de dois antigos jogadores de voleibol que chegaram a representar os Países Baixos, o avançado garante que o facto de sempre ter praticado a modalidade desde criança o ajuda a ser tão letal a jogar de cabeça. “Acho que tenho o timing nos genes. Mas depois há o processo de chegar lá, de escolher a posição, de encontrar espaço, de treinar padrões com os colegas e de perceber onde e quando é que o cruzamento vai aparecer. Isso foi algo que fui aprendendo e melhorando”, explicou De Jong em entrevista ao jornal The Guardian.

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Esta terça-feira, no Philips Stadion, De Jong era naturalmente titular no PSV de Peter Bosz que recebia o Borussia Dortmund na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Do outro lado, os alemães de Edin Terzić procuravam um boost de motivação numa temporada algo inconsistente — dificuldades espelhadas no 4.º lugar da Bundesliga, a 17 pontos do líder Bayer Leverkusen e com Bayern Munique e Estugarda pelo meio.

A primeira oportunidade do jogo pertenceu ao Borussia Dortmund e a Malen, que acelerou pelo corredor central e rematou para defesa de Walter Benítez ainda dentro do quarto de hora inicial (13′). O PSV respondeu por intermédio de Tillman, que atirou ao lado em posição frontal para a baliza (15′), e Schlotterbeck voltou a deixar os alemães muito perto do golo com um desvio de cabeça na sequência de um canto (20′). O jogo estava animado, com várias aproximações às duas balizas, e o expectável golo acabou por surgir antes dos 25 minutos.

Malen recebeu ainda fora de área e descaído na direita, aguentou a oposição de dois adversários e atirou forte e cruzado à baliza, beneficiando de um desvio num defesa para trair Benítez e dar vantagem ao Borussia Dortmund (23′) — sem festejar, acabando por pedir desculpa aos adeptos do clube onde se formou e estreou enquanto profissional. Ao intervalo, os alemães estavam a vencer o PSV em Eindhoven e demonstravam um ligeiro ascendente na partida.

Nenhum dos treinadores mexeu ao intervalo e o PSV conseguiu chegar ao empate ainda numa fase inicial da segunda parte: Hummels fez falta sobre Tillman no interior da grande área do Borussia Dortmund e De Jong, na conversão do castigo máximo, não falhou (56′). Edin Terzić fez duas substituições pouco depois, trocando Reus e Jadon Sancho por Julian Brandt e Marius Wolf, e o jogo ia avançando sem que existisse propriamente uma superioridade clara de uma das equipas e sem que fosse possível antecipar um resultado final.

Os alemães ficaram muito perto de marcar nesta fase, com um desvio de Wolf na sequência de um livre que Benítez intercetou com uma boa intervenção (72′), e Peter Bosz mexeu pela primeira vez ao lançar Ricardo Pepi no lugar de Lozano. Até ao fim, porém, já nada mudou: PSV e Borussia Dortmund empataram nos Países Baixos e deixaram tudo em aberto para a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, no início de março, na Alemanha.