Aumentou o número de médicos especialistas em Portugal, nos últimos anos, mas esse aumento global não foi homogéneo e esconde grandes diferenças entre as diferentes regiões: em Lisboa e Vale do Tejo faltam dois terços dos médicos especialistas que seriam necessários. Já no norte do país a escassez não é tão grave.

Estas são as conclusões de um estudo que é lançado esta quinta-feira pelo PlanAPP (Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública). Este organismo tem como missão fornecer informações ao Estado sobre todos os setores e o estudo agora divulgado evidencia um aumento do número do número global deste tipo de profissionais: eram 121.894 em 2010 e em 2023 são 151.851.

O estudo, noticiado pelo Diário de Notícias, refere que no território continental são necessários mais 29.443 profissionais para colmatar todas as falhas e harmonizar as desigualdades territoriais. No entanto, a escassez é maior na região de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), onde faltam dois terços de médicos especialistas necessários face à densidade populacional. A região também é a mais carenciada em enfermeiros.

Seguindo uma tendência de diminuição do pessoal da saúde está a Administração Regional do Centro e do Alentejo. Apesar de ter valores de maior densidade de recursos face à população. No Algarve, o número dos profissionais da ARS daquela zona é de 5%, o que é muito insuficiente para o total de população.

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Já a ARS do Norte verificou um “crescimento dos seus recursos humanos” e concentrava “em junho de 2023, 42% do total de especialistas hospitalares a trabalhar na forma de tempo completo”, lê-se no documento. No norte houve um acompanhamento do crescimento do número de profissionais em relação à densidade populacional. A ARS do Norte, dizem os técnicos, “destaca-se das demais pela capacidade mais marcada de recrutar/contratar e/ou reter especialistas médicos”.

O estudo “Recursos do SNS, retrato e evolução” encomendado pelos gabinetes da Ministra da Presidência e do Secretário de Estado da Saúde, iniciado no verão passado foi o primeiro a ser dedicado, exclusivamente, à análise do perfil dos recursos humanos do SNS.

Texto editado por Edgar Caetano