A empreitada do parque verde na freguesia lisboeta de Carnide, onde se previa a nova feira popular, “decorre a bom ritmo”, após dois anos de paragem da obra, prevendo-se a conclusão no final deste ano, informou esta terça-feira a câmara.

“Depois de dois anos da obra parada por divergências com o construtor, foi celebrado um acordo com o construtor e a empreitada foi retomada no dia 1 de fevereiro de 2024. A empreitada decorre a bom ritmo, estando a conclusão programada para dezembro de 2024”, indicou o vereador da Estrutura Verde, Ângelo Pereira (PSD).

O autarca falava na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, no período de perguntas à câmara, após ter sido questionado pelo deputado do PS José Leitão sobre a obra do parque verde em Carnide.

O vereador da Estrutura Verde acrescentou ainda que a empreitada “contempla a implantação do novo parque verde de Carnide e integra o corredor verde periférico de Lisboa”.

Também do grupo municipal do PS, Pedro Roque questionou a câmara sobre o plano do Vale de Alcântara, desenvolvido pelo anterior executivo, sob presidência do PS, e que previa o prolongamento do corredor verde até à frente ribeirinha, através da transformação da Avenida de Ceuta, procurando saber o porquê de o projeto estar “na gaveta”.

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“Afinal, acha mesmo o engenheiro Carlos Moedas [presidente da câmara] e o seu executivo que ali está tudo bem?”, interrogou o socialista, numa alusão aos problemas de consumo e tráfico de droga na Avenida de Ceuta, manifestando dúvidas sobre a decisão do atual executivo de reavaliar o projeto devido ao prolongamento da rede do Metropolitano de Lisboa.

Em resposta, a vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela coligação “Novos Tempos” PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), destacou o desenvolvimento de um trabalho “muito exaustivo” de requalificação e regeneração da cidade, através do programa Cinco Vales, designadamente Chelas, Santo António, Almirante Reis, Alcântara e Ajuda.

Em relação ao Vale de Alcântara, a vereadora disse que a câmara está “numa fase de definição de ações, identificação de serviços responsáveis”, para ter uma estratégia e um programa de ação, referindo que no Vale da Ajuda ainda está a ser realizado o levantamento da situação atual.

Sobre o parque verde em Carnide, a Câmara de Lisboa decidiu, em 15 de dezembro de 2023, notificar a empresa adjudicada para realizar a empreitada, para que apresentasse, em 15 dias úteis, um plano para a “retoma imediata” da obra.

Nesse âmbito, o executivo camarário aprovou o pagamento à empresa adjudicada — VIBEIRAS – Sociedade Comercial de Plantas, S.A — de 734.505 euros a título de reposição do reequilíbrio financeiro do contrato de empreitada, assim como 170.695 euros para despesas referentes a trabalhos de rega.

Essa decisão pretendeu resolver o “imbróglio” associado a esta obra, iniciada em setembro de 2019, no anterior executivo sob presidência do PS, que deveria ter sido concluída em maio de 2020, prazo que foi prorrogado para outubro de 2021 devido a “um conjunto de vicissitudes”, tendo o empreiteiro decidido suspender os trabalhos em agosto de 2021.

Apesar da suspensão dos trabalhos, foram plantadas aproximadamente 3.000 das cerca de 5.400 árvores previstas no projeto, segundo a câmara.

Em janeiro de 2023, a vereadora das Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD), disse que a empreitada do parque verde em Carnide continuava “um embrulho muito difícil de desembrulhar”, referindo que a obra foi adjudicada em 2018 e “devia estar acabada em 2020” e indicando que quando o atual executivo tomou posse, em outubro de 2021, o empreiteiro tinha abandonado a construção e deixou “uma coisa meia feita”, em que, dos quatro milhões de euros previstos, executou dois milhões.

Em julho de 2022, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que é preciso repensar o conceito de feira popular, considerando que “parques de diversão no centro de cidade não fazem o mesmo sentido que faziam no passado” e afirmando que “não há ninguém” interessado em investir no projeto da Feira Popular em Carnide.

O social-democrata priorizou a construção de “um parque verde com equipamentos para as pessoas”, com a possibilidade de uma parte do espaço na freguesia de Carnide ter alguns equipamentos de diversão.