O antigo dirigente taiwanês Ma Ying-jeou rejeitou esta terça-feira, no início de uma visita à China continental, a independência de Taiwan, e apelou a mais cooperação entre os dois lados do Estreito da Formosa.

Ma iniciou a visita na cidade de Shenzhen, no sudeste do continente chinês, onde se reuniu com o chefe do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Comité Central do Partido Comunista da China, Song Tao.

Song transmitiu a Ma as “calorosas saudações” do Presidente chinês, Xi Jinping, com quem o antigo líder de Taiwan deve reunir-se durante a sua visita à República Popular da China, a segunda desde que terminou o mandato em 2016.

Citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Song reafirmou a “fraternidade entre os compatriotas de ambos os lados do Estreito”, apelando simultaneamente à “promoção do desenvolvimento pacífico e integrado das relações” entre os dois territórios e à “oposição à independência de Taiwan e à interferência externa”.

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Ma concordou com Song sobre a necessidade de recusar a independência de Taiwan, agradeceu as saudações de Xi e sublinhou a “ligação intrínseca” entre os habitantes dos dois lados, baseada no “sangue e na afinidade”. E apontou a necessidade de “reforçar os intercâmbios e a cooperação em todos os domínios”, especialmente “entre os jovens”, sobre a base política da defesa do Consenso de 1992 e da oposição à “independência de Taiwan”.

A expressão “Consenso de 1992” reflete um suposto acordo tácito entre Taipé e Pequim no sentido de reconhecer que “só existe uma China no mundo”, embora cada uma das partes o tenha interpretado à sua maneira.

Responsável pela maior aproximação entre China e Taiwan desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949, o antigo dirigente do partido Kuomintang (KMT, atualmente na oposição) viajou para a República Popular da China na companhia de um grupo de estudantes com os quais visitará as províncias de Guangdong (sudeste) e Shaanxi (centro) e a capital, Pequim, para participar em atividades culturais, educativas e históricas.

A Fundação Ma Ying-jeou informou que o antigo presidente e os estudantes passarão três dias em Cantão para visitar a universidade e o Memorial de Sun Yat-sen, a sede da antiga Academia Militar de Whampoa e empresas como a Tencent e a BYD, antes de seguirem para Shaanxi, na quarta-feira.

Embora a reunião com Xi ainda não esteja confirmada, vários órgãos de comunicação de Taiwan consideram-na certa para 8 de abril, o que marcaria o primeiro encontro entre Ma e Xi após a cimeira de Singapura, em 2015.

O diálogo oficial entre Taipé e Pequim está suspenso, no entanto, há oito anos, e as tensões militares no Estreito da Formosa aumentaram, com as autoridades chinesas a endurecerem o seu discurso a favor da “reunificação nacional”.

Taiwan é governada de forma autónoma sob a designação oficial de República da China desde 1949 e Pequim continua a considerá-la uma província rebelde e não exclui o recurso à força.