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Auto /
Stellantis

Greve de fornecedores pára três fábricas da Stellantis

A Stellantis tem três fábricas paradas, não por opção própria ou por não conseguir vender os modelos produzidos, mas porque os fornecedores que alimentam as linhas de produção estão em greve.

Simone Carvalho

Texto

29 abr. 2024, 09:30

A interrupção do funcionamento de três das principais fábricas europeias da Stellantis está a deixar o grupo liderado pelo português Carlos Tavares à beira de um ataque de nervos. Repentinamente, três das fábricas europeias do consórcio pararam com a produção de veículos por falta de algumas das peças que são necessárias. Tudo porque alguns dos fornecedores do grupo estão em greve.

As fábricas vítimas desta falta de peças são as linhas de produção das marcas do grupo em França, nomeadamente em Poissy e Hordain, a que se aliou a fábrica em Luton, no Reino Unido. Estas três unidades suspenderam a produção no início da passada semana, criando problemas de abastecimento aos mercados europeus e de exportação, tanto relacionados com automóveis como ainda com furgões comerciais. E ao que parece, parte deste mal estar fica a dever-se à possibilidade de a produção das duas fábricas francesas, total ou parcialmente, ser deslocada para a Polónia, o que acarretaria alterações igualmente ao nível dos fornecedores.

Poissy produz sobretudo o DS3 e o Opel Mokka, enquanto Hordain está especializada em comerciais como o Peugeot Expert, o Citroën Jump e o Opel Vivaro. Luton fabrica o mesmo tipo de veículos comerciais, estando a preparar-se para se dedicar igualmente à produção de comerciais eléctricos para a Vauxhall, Peugeot, Citroën e Fiat Profissional.

Durante os últimos dias, os responsáveis pela Stellantis admitiram que um fornecedor responsável pelo abastecimento das cremalheiras e pinhões das transmissões, a MacLean-Fogg, está a negociar um incremento de preços que, a não chegar a bom porto, irá motivar o encerramento a linha de produção em Kokomo, no Indiana, EUA. A Stellantis recorda que acordou pagar, ainda que sob protesto, 1,4 milhões de dólares em Março à MacLean-Fogg, depois do fornecedor ter parado as fábricas de transmissões não entregando as peças. Mas um advogado do fornecedor veio baralhar a situação ao afirmar que o pagamento nunca foi efectuado, com a Stellantis a optar por processar o seu parceiro por incumprimento.