A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, condenou esta quarta-feira a violência na Geórgia, na sequência dos protestos contra a lei sobre agentes estrangeiros, recomendando ao Governo desta antiga república soviética que ouça a mensagem do povo.

O Parlamento da Geórgia aprovou esta quarta-feira uma lei controversa sobre a “influência estrangeira”, que está na origem de fortes manifestações de protesto violentamente reprimidas pela polícia.

A lei exigirá que todas as organizações, meios de comunicação e entidades similares que recebam pelo menos 20% do seu financiamento do exterior se registem como “agentes de influência estrangeira”.

“Estou a acompanhar a situação na Geórgia com grande preocupação e condeno a violência nas ruas de Tbilissi”, afirmou Von der Leyen, em comunicado.

Para a presidente da Comissão Europeia, os cidadãos da Geórgia estão a demonstrar um forte apego à democracia e o seu Governo “deve ouvir esta mensagem clara”.

Von der Leyen recordou que a União Europeia (UE) também “manifestou claramente as suas preocupações relativamente à lei sobre a influência estrangeira”.

“O povo georgiano quer um futuro europeu para o seu país. Em reconhecimento destas aspirações, o Conselho Europeu de dezembro concedeu à Geórgia o estatuto de candidato e definiu um caminho claro para a abertura de negociações de adesão”, afirmou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

E deixou um aviso: “Esperamos que o Governo da Geórgia atue rapidamente em relação às medidas que se comprometeu a tomar como país candidato”.

“A Geórgia encontra-se numa encruzilhada. Deve manter o rumo no caminho para a Europa”, disse.

A lei sobre a “influência estrangeira”, que está na origem de fortes manifestações de protesto violentamente reprimidas pela polícia, foi aprovada em segunda leitura com 83 votos a favor e 23 contra.

A repressão das manifestações foi criticada esta quarta-feira pelo chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que condenou “veementemente a violência” das forças de segurança contra manifestantes, considerando “inaceitável” o recurso à força para conter protestos pacíficos.