Na sequência da detenção de um jovem português de 17 anos, que ficou em prisão preventiva por suspeitas de ter criado uma comunidade online que incentivava e coordenava massacres no Brasil, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, revelou que estava a ser planeado mais um ataque e que o mesmo não aconteceu graças ao desmantelamento da rede. “Um dos crimes que estava a ser planeado no Brasil era o cometimento de um homicídio com detalhes de elevado sofrimento de um mendigo”, explicou Luís Neves aos jornalistas.

As imagens deste crime seriam depois partilhadas dentro da comunidade, através da plataforma Discord — utilizada por redes criminosas associadas a massacres –, e “cada indivíduo pagaria uma determinada quantia”.

Esta comunidade, acrescentou o diretor nacional da PJ, era composta por um conjunto de “jovens absolutamente extremistas e violentos, com comportamentos anti-sociais, que viviam da impunidade do anonimato nas redes”.

Jovem português detido pela PJ por suspeitas de ordenar massacres em escolas do Brasil

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O português de 17 anos foi detido na zona do Porto e é suspeito de vários crimes, incluindo homicídio consumado e vários de forma tentada, em que é considerado autor moral. A investigação começou em dezembro do ano passado, revelou ainda esta sexta-feira o diretor nacional da PJ. E, em comunicado, esta polícia explicou que o jovem criou e geria um grupo na plataforma Discord, onde se agrupavam “diferentes pessoas apologistas dos mesmos ideais e que pretendiam cometer atos semelhantes aos idealizados e propagados” pelo português. A PJ fala ainda em “automutilação grave de jovens, mutilação e morte de animais, difusão de propaganda extremista nazi, instigação e prática da ‘missão’ de cometer massacres em escolas [filmados e transmitidos através do telemóvel] e, ainda, partilha e venda de pornografia infantil por parte deste suspeito”.

Até agora, este jovem é o único português detido no âmbito desta investigação da Unidade Nacional Contraterrorismo da PJ, coordenada com o Ministério Público no DIAP de Lisboa e conta com a colaboração da Polícia Federal do Brasil.

De acordo com a CNN Portugal, o menor ficou em prisão preventiva por ordem de uma juíza de instrução criminal face aos perigos de continuação da atividade criminosa, bem de alarme social, enquanto decorre o inquérito.

Notícia atualizada às 20h05 com a informação de que o jovem ficou em prisão preventiva