Ao contrário do que acontecia com João Sousa, que também por ser natural de Guimarães rapidamente foi vendo o seu nome associado à alcunha de Conquistador, Nuno Borges não tem aquele nickname para ser de quando em vez identificado. A partir de agora, até pelo contexto que está a superar esta semana e pelo estilo de jogo que está a fazer deste ano de 2024 o melhor da carreira, o maiato pode começar a ser conhecido como o Gladiador. E é em Roma que, depois do feito do Open da Austrália, continua a quebrar barreiras.

Mais uma vez, não era fácil. Não era fácil porque, na véspera, o português tinha estado numa maratona de mais de três horas e meia (3h40, para ser mais preciso) frente ao espanhol Pedro Martínez, 51.º do ranking mundial, para garantir a passagem à segunda ronda do Masters 1.000 de Roma pela segunda vez com os parciais de 6-7 (4), 6-3 e 7-6 (8). Esta manhã, a oposição era ainda mais complicada e a vários níveis: pela posição no ranking ATP, pela imprevisibilidade de jogo, pela capacidade de criar empatia com o público. O desafio era maior, a resposta foi melhor e Nuno Borges venceu Sasha Bublik com um duplo 6-4.

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Desta forma, o maiato, que resistiu sempre a todas as tentativas de variação de jogo do cazaque (que tinha consigo o apoio claro das bancadas), conseguiu a segunda melhor vitória da carreira a nível de ranking dos adversários, apenas superada pelo triunfo diante de Grigor Dimitrov no último Open da Austrália, e atingiu pela primeira vez a terceira ronda de um Masters 1.000 depois de, também em 2024, se ter tornado o primeiro português na história a chegar à quarta ronda do primeiro Grand Slam da época em Melbourne.

Nuno Borges terá agora pela frente o vencedor do encontro entre Tallon Griekspoor, neerlandês que ocupa o 26.º lugar no ranking mundial (e é o 23.º cabeça de série na capital transalpina) e Francesco Passaro, tenista italiano que passou pelo qualifying e que ocupa o 240.º lugar da hierarquia ATP.