Aos 25 anos, Tadej Pogacar é um autêntico fenómeno do ciclismo. O seu estilo de corrida ofensivo, que não descarta qualquer metro de estrada para um ataque fulminante, e o seu estilo bem-humorado fazem com que, por esta altura, seja a principal figura do pelotão. Perante o respeito dos colegas de profissão e a excelente relação que mantém com os adeptos, o esloveno figura-se com um dos melhores ciclistas de todos os tempos.

E, nesta edição do Giro d’Italia, está a um passo de inscrever o seu nome na lista dos feitos mais memoráveis da modalidades. Só na primeira semana da competição, o corredor da UAE Team Emirates conquistou três vitórias (nas etapas 2, 7 e 8) e, acima de tudo, conquistou uma vantagem na geral de quase três minutos para o segundo classificado, estando perto de conquistar a Grande Volta italiana logo à primeira tentativa.

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Na segunda semana, que começou na terça-feira e termina no domingo, Pogacar tem estado mais discreto, mas, em abono da verdade, as três etapas até agora realizadas não vão ao encontro das suas características. E, se tivermos isso em conta, a quarta vitória poderá aparecer no domingo, altura em que se disputa uma etapa de alta montanha, com mais de 5.700 metros de desnível acumulado.

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Caso consiga esse quarto triunfo, o esloveno chega à última semana, que é marcada pelas etapas de montanha, com a hipótese de igualar Alfredo Binda como corredor que mais vitórias conseguiu numa única edição da Volta a Itália. O feito do ciclista conhecido como La gioconda remonta ao ano de 1929, numa altura em que a prova tinha 17 etapas.

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Já mais perto da era moderna do ciclismo de estrada, Mario Cipollini repetiu o feito de Binda em duas ocasiões: 1999 e 2002. O mítico corredor italiano é, ainda, o corredor com mais vitórias em etapas no Giro, somando 42, mais uma que Binda, números ainda muito distantes para Pogacar. Ainda assim, se olharmos apenas aos corredores que se encontram no ativo, o esloveno figura no top 10, apesar de se ter estreado este ano na corsa rosa.

Para já, o objetivo a curto prazo passa por assegurar a vitória na geral e a conquista da sua terceira Grande Volta – ganhou duas vezes o Tour. Depois, se as pernas assim o permitirem, o objetivo poderá voltar-se para os feitos de Binda e Cipollini que, até este ano, pareciam impossíveis de bater. Mas, com Pogacar, tudo é possível.