A cabeça de lista do RIR às eleições antecipadas de domingo na Madeira considerou esta terça-feira que as perspetivas de futuro para os universitários “não são nada animadoras” e defendeu a atribuição de mais apoios durante o período de curso.

“Eles já sabem que muitos deles acabam o curso e o rumo é para fora. A Madeira não tem nada para lhes oferecer, desde um posto de trabalho digno até à condição de habitação“, disse Liana Reis, salientando que, face às condições de acesso ao crédito, os jovens “vão ficar em casa dos pais até terem 35, 40 ou mais anos”.

Em declarações à agência Lusa, junto à Universidade da Madeira, no Funchal, a candidata defendeu a abolição das propinas, a revisão dos critérios de atribuição de bolsas de estudo e mais apoios ao nível dos transportes públicos.

“Sabemos que há partidos que estão a prometer o fim das mesmas [propinas], mas até que isso aconteça ainda muita tinta há de correr e as despesas continuarão a ser suportadas pelas famílias”, alertou.

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Em relação às bolsas de estudo, a candidatura do Reagir Incluir Reciclar (RIR) propõe a revisão dos critérios de atribuição, nomeadamente no sentido de evitar que os estudantes percam o direito no caso de não concluírem uma ou mais cadeiras até ao final do ano letivo.

Liana Reis, que tem 46 anos e é enfermeira de profissão, defende também o alargamento do passe gratuito, atualmente disponível para estudantes até aos 23 anos, a maiores de 24 anos.

Entre as atividades de campanha realizadas esta terça-feira pela candidatura do RIR, a cabeça de lista destacou também uma visita ao canil municipal e a entrega de donativos a uma associação protetora de animais errantes.

“Tinha imensos [animais] e sabemos que a adoção de animais adultos é muito difícil”, disse, apontando como solução o reforço das campanhas de esterilização financiadas pelos municípios.

A cinco dias das eleições, Liana Reis considera que o balanço da campanha do RIR é “positivo”.

Aquilo que nós ouvimos das pessoas é realmente uma intenção de mudança, só esperamos é que as pessoas não tenham medo, realmente, na hora do voto, de meter a cruzinha onde querem mesmo meter”, disse.

Nas últimas eleições regionais, em 24 de setembro de 2023, o RIR foi a terceira força menos votada, num total de 13 candidaturas, obtendo 727 votos (0,55%), num universo de 135.446 votantes.

As legislativas de domingo na Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.